Para comemorar o Dia Internacional da Mulher a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo dá início a uma série de relatos de mulheres que trabalham nas principais instituições da pasta. Profissionais das diversas áreas de atuação da Polícia Militar, Polícia Civil e Superintendência da Polícia Técnico-Científica foram entrevistadas e contaram um pouco das experiências e trajetórias vividas por elas nestas funções.
A cabo Monique trabalha na Polícia Militar Ambiental e foi na Polícia Militar que conheceu o amor da sua vida, ensinou, aprendeu, foi cuidada e pode cuidar, além de aprender sobre responsabilidade, parceria e companheirismo. Monique Martins João Detlinger é policial militar desde 1996, atualmente trabalha na administração da Polícia Militar Ambiental e atuou no desastre que vitimou o Litoral Norte de São Paulo.
O que chamou a atenção na carreira policial?
Quando adolescente sempre olhei com admiração os policiais militares fardados, lembro que criança brincava de polícia e ladrão com meus amigos e sempre fazia questão de ser a policial, então quando cresci não tive muitas dúvidas de que carreira iria seguir.
Porque escolheu essa carreira em específico?
Escolhi a carreira policial militar por admiração à corporação e também por influência do meu querido pai Carlos Gilberto João que sempre teve grande apreço pela Polícia Militar.
Conte a trajetória profissional
Na época de formação pertencia ao Comando de Policiamento Feminino, extinto CPFem e quando formada fui classificada no 2º Batalhão de Policiamento de Trânsito na 7ª Companhia Feminina de Trânsito, após servi no Gabinete de Comandante Geral onde trabalhei na seção de assuntos parlamentares, em seguida fui indicada para a assessoria militar da Prefeitura Municipal de São Paulo onde trabalhei na escolta de autoridades. Em seguida fui para o 9º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano e atualmente estou no 3º Batalhão de Polícia Militar Ambiental.
Qual foi o caso mais marcante na sua carreira?
Em patrulhamento à noite, vi uma mulher correndo pela rua desesperada com as roupas rasgadas, ela não nos viu, nesse momento, minha parceira e eu nos esforçamos para chegar até ela sendo constatado se tratar de vítima de agressão por parte do parceiro, ao mesmo tempo em que tentávamos acalmá-la patrulhávamos a região e obtivemos êxito em prender o agressor e conduzi-lo a delegacia ficando à disposição da justiça. O caso me marcou porque tinha pouco tempo de formada e éramos duas policiais femininas muito novas e quase sem experiência, mas isso não nos impediu de cumprir o nosso dever, nesse dia coloquei em prática o que aprendi na PM, romper limites inseridos em minha mente como: “não sou capaz”, “não consigo”, “não posso”, “minha condição de mulher me limita”. Daí para frente nunca mais parei.
Qual foi o caso que mais te emocionou?
Com o desastre que houve no município de São Sebastião nesse ano, pude participar de resgate de pessoas, escolta para as máquinas desobstruírem as estradas, doação de alimentos, roupas e utilidades domésticas para os que perderam tudo fazendo uma verdadeira corrente do bem, com isso pude exercitar o real propósito da nossa existência, ali não houve distinção de qualquer espécie, seja de cor, sexo, língua, religião, opinião política, origem nacional, social ou qualquer outra condição. Só amor e zelo pelo mandamento que Jesus Cristo nos ensinou: amar o seu próximo como a ti mesmo.
Como você vê a participação da mulher na carreira?
A participação da mulher na PM é vital, pois além da força que todas trazemos dentro de nós, o olhar maternal, o cuidado e o lado acolhedor aflorado da mulher ajudam a conduzir a corporação de forma fundamental.
A senhora sente algum machismo por parte de colegas ou pela população?
Ainda existe certo machismo por parte de poucos colegas e população, mas a cada ano que passa sinto que a mulher tem demonstrado sua capacidade e conquistado seu lugar não só na PM como na sociedade.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Governo do Estado de São Paulo