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Dois meses após incêndio, trabalhadores de cooperativa ainda não retomaram as atividades em São Sebastião

Tamoios News
Ricardo
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Os trabalhadores aguardam a liberação de um novo galpão para retomarem as atividades

Fogo destruiu o galpão onde os cooperados atuavam na seleção e venda de material reciclado, em setembro

Ricardo Hiar

Dois meses após um incêndio destruir o galpão onde trabalhavam e diversos utensílios, cerca de 18 famílias, que atuam na seleção e venda de material reciclado em São Sebastião, ainda não conseguiram voltar às atividades.

Sem a única fonte de renda, que provinha da Cooperativa de Triagem e Sucata, muitas pessoas estão passando por sérias dificuldades financeiras e não sabem quando a situação será regularizada, pois eles precisam de um novo espaço para trabalhar.

“A situação está muito difícil para todos. Alguns até tentam fazer um bico aqui, outro ali, para conseguir comprar pelo menos a comida. Tem gente com aluguel atrasado, com várias contas pendentes, porque tudo isso nos pegou de surpresa. Até agora já se passaram dois meses e nada”, explicou a diretora financeira Luciana Costa de Souza.

De acordo com a cooperada, eles atuam em parceria com a prefeitura de São Sebastião, que é responsável pelo pagamento do aluguel do espaço onde fazem o recebimento e seleção do material reciclado. Outro ponto da parceria é que a empresa responsável pela coleta seletiva na cidade, destina o material para os cooperados.

“A prefeitura já conseguiu um novo lugar, o problema é que está demorando muito para autorizarem a gente trabalhar. Se a gente não vem atrás, não fica sabendo de nada do que está acontecendo”, completou.

Com as atividades da cooperativa, os trabalhadores conseguiam ter uma renda mensal que variava entre R$ 800 e 900. Luciana diz que enquanto o novo espaço não é liberado, além dos cooperados ficarem sem renda alguma, os itens recicláveis do município acabam descartados com o lixo comum, causando não só desperdício, mas prejudicando o meio ambiente.

A demora também tem gerado outros transtornos aos cooperados. Na semana passada, por exemplo, alguém invadiu o antigo galpão, onde ainda estão os maquinários dos trabalhadores e roubaram toda a fiação, inclusive dos equipamentos. Já uma outra caçamba sofreu também com ato de vandalismo, e foi incendiada. “Pouco a pouco estamos perdendo tudo o que sobrou. Agora já vamos ter que comprar toda a fiação, porque não sobrou nada nem para ligar a prensa”, disse a diretora.

A prefeitura de São Sebastião informou, por meio da assessoria de imprensa, que tem tomado todas as providências para resolver a questão o quanto antes. Segundo explicou, os documentos de locação estão sendo finalizados, para que em breve os cooperados voltem às atividades.

O incêndio

Na madrugada do dia 22 de setembro, um incêndio atingiu a sede da Cooperativa de Triagem de Sucata de São Sebastião, localizada na região central da cidade, e destruiu boa parte da produção e equipamentos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o incêndio foi identificado por volta das 2h, quando equipes se deslocaram até o local para tentar conter as chamas. Os cooperados, no entanto, só souberam da situação quando chegaram por volta das 7h para trabalhar.

Apesar de não haver evidências de ação criminosa ou intencional, o incêndio começou porque alguém teria ateado fogo em alguns pneus que estavam no lado externo do galpão. Os bombeiros afirmaram que o vento deve ter contribuído para que faíscas atingissem o material no lado interno da cooperativa, que é de fácil combustão.

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