Mundial de Surfe

Dois surfista da região estão na briga pelo título mundial em Pipeline

Tamoios News
Medina venceu em Pipeline no ano passado e conquistou o bicampeonato

Deve começar neste domingo(8), em Pepiline, no Havaí, a decisão do mundial de surfe de 2019. Dois surfistas de nossa região, Gabriel Medina, de São Sebastião e Filipe Toledo, de Ubatuba estão na disputa do título. O Litoral Norte torce pelo sucesso dos dois

Por Salim Burihan

Começa neste domingo (8), na praia de Pipeline, no Havaí, a última etapa do mundial de surfe de 2019. A “janela” de disputa vai de hoje até o dia 20, ou seja, as baterias serão realizadas em dias com melhores condições de ondas.

Três surfistas brasileiros, dois deles do Litoral Norte, Gabriel Medina, de São Sebastião e Filipe Toledo, de Ubatuba e ainda, Ítalo Ferreira, podem chegar ao título mundial deste ano.

O líder do ranking é Ítalo com 51.070; o segundo é o bicampeão mundial Gabriel Medina, com 50.005 pontos; e, Filipe Toledo é o quarto colocado, com 49.145 pontos. O terceiro lugar é do sul-africano Jordy Smith, com 49.985 pontos.

Medina venceu em Pipeline no ano passado, quando conquistou o bicampeonato. Em Pipeline, a retrospectiva é interessante: venceu em 2018, foi segundo colocado em 2014 e 2015, ficou em quinto em 2011 e 2017, em nono em 2012, em 13º lugar em 2013 e 2016.

Medina pode conquistar o tricampeonato mundial

Medina que começou na etapa principal da WSL em 2011 tem grandes chances de chegar ao tricampeonato mundial. O surfista de Maresias tem 14 vitórias e um total de 62.490 pontos na carreira desde 2011.

Ítalo Ferreira, que lidera o ranking, não tem ido bem em Pipeline: foi eliminado no round 3 nos anos de 2015, 2016 e no ano passado. Em 2017 acabou sendo eliminado no round 4.

Filipe com o pai, Ricardinho Toledo, em busca do primeiro título

Filipe Toledo obteve em Pipeline sua melhor colocação (5º lugar) em 2014. No ano passado foi eliminado no round 3, assim como, em 2015 e 2016. Em 2017 acabou eliminado no round 4.

 Possibilidades

– Ítalo vencendo em Pipeline será campeão mundial

-Ítalo ficar em segundo, Medina ou Filipe precisam vencer para chegar ao título de 2019

-Ítalo em terceiro, Medina precisa ficar em segundo para ser tricampeão

– Ítalo em terceiro, Filpe precisa vencer a etapa e torcer para Medina não chegar a final para ser campeão pela primeira vez

-Se Ítalo ficar em 5º lugar, Medina em terceiro leva o título

-Se Ítalo ficar em nono, Medina é campeão se chegar em 5º lugar, se Toledo terminar em terceiro e Jordy Smtth, em segundo. * Kolohe Andino precisa vencer para ser campeão.

– Se Ítalo Ferreira ficar em 17º ou 33º, Gabriel Medina ou Filipe Toledo precisam terminar em 9º; Jordy Smith em 5º; e Kolohe Andino em 2º para ser campeão mundial

Olimpíadas

A etapa de Pipeline também definirá os dois surfistas que irão representar o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio no ano que vem. Duas surfistas já foram selecionadas: Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima.

Medina, Filipe e Ítalo disputam as duas vagas restantes. Os dois melhores colocados no ranking mundial ficam com as vagas.

Raio X

Veja abaixo um breve ‘raio-x’ , enviado pela WSL, de cada um dos três surfistas brasileiros que disputarão o título na grande final do campeonato:

ÍTALO FERREIRA

Ítalo Ferreira é um dos surfistas mais explosivos do mundo, especialmente nas direitas, como as do Pontal de Baía Formosa, onde foi criado. Ele entrou no CT em 2015. Tem um ataque aéreo fascinante e manobras de borda igualmente impressionantes. Logo em seu primeiro ano, já conseguiu fazer uma final na etapa de Portugal com voos incríveis, mas perdeu a batalha aérea para Filipe Toledo. Em 2017, sofreu uma séria contusão no início da temporada e sua segunda final foi só no ano passado, quando levantou o emblemático troféu de campeão em Bells Beach, batendo o tricampeão mundial Mick Fanning na bateria que marcou a despedida do australiano. Depois da primeira vitória, vieram mais duas em 2018, na Indonésia e em Portugal, onde nesse ano conquistou o bicampeonato em Supertubos e assumiu a liderança do ranking. Ele chega forte ao Havaí, para tentar seu primeiro título mundial.

FILIPE TOLEDO

Filipe Toledo é o surfista mais inovador e progressivo da atualidade, especialmente nas manobras aéreas. Foi ele quem estabeleceu uma nova abordagem para surfar as longas direitas de Jeffreys Bay, usando os aéreos na saída dos tubos e já é bicampeão da etapa da África do Sul, em 2018 e 2019. Também igualou um recorde histórico na etapa brasileira no Rio de Janeiro, com o tricampeonato em 2015, 2018 e 2019. Outra marca impressionante foi a longa invencibilidade em finais, que só foi quebrada esse ano, depois de sete vitórias seguidas. Filipe é filho do bicampeão brasileiro Ricardo Toledo e mudou de Ubatuba para a Califórnia logo depois de ingressar na elite do CT, em 2013. Este é o terceiro ano consecutivo que ele chega na última etapa, em Pipeline, no Havaí, entre os concorrentes ao título mundial da temporada.

GABRIEL MEDINA

Gabriel Medina surgiu para o mundo durante um evento Grommets no Quiksilver Pro France em 2008. Kelly Slater compartilhou as imagens daquele garoto fazendo dois e até três aéreos na mesma onda, ganhando três notas 10 para vencer aquela final com pontuação máxima em Hossegor. No mesmo ano, tornou-se o até hoje mais jovem surfista a vencer uma etapa do WSL Qualifying Series, com apenas 15 anos de idade. Foi em um 6-Star na Praia Mole de Florianópolis (SC), batendo um ídolo local na final, Neco Padaratz. Em 2011, já conseguiu entrar no CT no meio do ano para fazer história de novo, com o início mais fulminante de um surfista na elite, ganhando logo o seu primeiro evento, novamente em Hossegor, na França. Ainda com 17 anos, ganhou novamente, duas etapas depois, em Nova York, sempre usando sua arma mortal, os aéreos. Em 2013, conquistou seu primeiro título mundial na WSL, sendo campeão Pro Junior no evento disputado em Florianópolis (SC). Já no ano seguinte se tornou o primeiro brasileiro a ser campeão mundial, levando o último troféu da era ASP em 2014. De lá para cá, foram muitas vitórias, feitos inéditos, conquistas espetaculares nos tubos de Teahupoo, de Fiji, até conquistar seu segundo título mundial, no ano passado, coroando o bicampeonato com sua primeira vitória no maior palco do esporte, Banzai Pipeline, Havaí.