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Editorial: Para que demolir 893 casas na Vila Sahy, se contrataram empresa por R$ 123 milhões para contenções dos taludes

Tamoios News

Triste realidade dos moradores da Vila Sahy, em São Sebastião, se não bastasse a tragédia que matou 64 pessoas e deixou centenas desalojadas e desabrigadas devido às fortes chuvas que aconteceram no feriado de carnaval, recebem nesta semana a notícia sobre uma ação da Procuradoria Geral do Estado (PGE), solicitando à Justiça a remoção imediata dos moradores das áreas de risco, e demolição de 893 casas.

Segundo a ação, a PGE pede urgência para a retirada da população, mesmo contra a vontade dos moradores. O que surpreende é a quantidade de 893 moradias.

A prefeitura de São Sebastião deu início no dia 27 de outubro, aos serviços de contenções, drenagem e estabilização de talude na Vila Sahy, no valor de R$ 123.253.438,64.

Segundo a justificativa da prefeitura a “obra foi contratada com dispensa de licitação devido à emergência com que precisa ser executada, além de contar com serviços de limpeza e terraplanagem,  foi contemplada com contenções a serem feitas em solo grampeado com concreto projetado, plantio de vegetação, instalação de barreiras de contenção flexíveis e muros de gabião. E também será feito um sistema de drenagem com nova travessia sob a rodovia Dr. Manoel Hyppólito do Rego (SP-55) e lançamento das águas pluviais no Rio Sahy. O prazo para a finalização das atividades é abril de 2024, e contemplará toda a extensão da Vila Sahy”.

Qual o propósito dessas obras de contenções dos taludes se na ação a Procuradoria Geral do Estado solicita a demolição de 893 casas?

As autoridades devem entrar em um consenso e respeitar os moradores, que já sofreram muito e ainda continuam sofrendo com as incertezas das informações descentralizadas.

Redação/Tamoios News