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Em clima tenso, discussão sobre o Teatro de Ubatuba marca sessão de Câmara em Ubatuba

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Raell Nunes
Raell Nunes

Ex-secretário de Ubatuba fez uso da tribuna e apontou irregularidades no relatório da comissão da Câmara e edital da prefeitura

Um ex-funcionário da PMU fez o uso da tribuna para apontar supostos erros no relatório da comissão especial; vereadores rebateram

Por Raell Nunes, de Ubatuba

O Teatro de Ubatuba, que está fechado há três anos por irregularidades na construção, foi mais uma vez o tema principal em sessão de Câmara, nesta terça-feira (3). Um ex-funcionário da Prefeitura, Robertson Martins, fez o uso da tribuna para apontar supostos erros no relatório da comissão especial feito sobre o prédio que custou mais de R$ 10 milhões. Por cerca de 40 minutos os vereadores rebateram as críticas e o clima ficou tenso na Casa de Leis. 

Martins disse que no relatório se apontou situações desde a desapropriação até a situação do embargo atual. Para ele, era preciso fazer uma notificação para a prefeitura, para que fossem ligados o aparelho de som, as barras de iluminação, itens não contemplados pelo relatório da comissão. 

O ex-secretário ainda falou que apenas dois vereadores assinaram o relatório da comissão. Segundo ele, há a possibilidade de anulação do relatório final. Conforme relatou, o Teatro pode ser facilmente aberto, mas o edital feito pela prefeitura teria erros. 

“No edital da prefeitura nota-se que eles estão pedindo uma empresa de engenharia. Mas o que se precisa pode ser feito por empresas da cidade, que são especializadas em projetos voltados para adquirir o AVCB. São empresas de recarga de extintor e equipamentos de segurança. A obra levaria de 45 a 60 dias, para a tubulação, a adaptação necessária em relação à sinalização, recarga dos extintores, parte de iluminação e parte de detector”, explicou. Segundo ele, com essas melhorias seria possível obter o AVCB (Alvará de Vistoria do Corpo de Bombeiros) e, consequentemente, abrir o teatro.

Rebatendo as colocações e questionamentos, Silvio Carlos de Oliveira Brandão (PSDB), o Silvinho Brandão, que foi vice-presidente da comissão, se defendeu dizendo que não conseguiu se empenhar nos trabalhos da comissão por questões familiares – sua mãe faleceu. Silvinho disse que não assinou o relatório, porque não o leu por inteiro. 

Em relação ao edital, Silvinho expressou-se de maneira direta. “O edital é feito pela prefeitura e não pela Câmara. Os vereadores não são culpados se o edital está certo ou errado. A não abertura do teatro não é culpa do Legislativo, mas do Executivo”.

A presidente da comissão Flávia Comitte do Nascimento (PSB), a Flávia Pascoal, também discordou de Martins. Segundo ela, a comissão especial foi instaurada para a análise dos problemas que envolvem o fechamento do Teatro Municipal. Conforme explicou, o que foi exposto são baseados em fatos concretos. Ela ainda disse que foi feita uma visita ao local, no entanto, não relatou nada muito específico, pois não era técnica no assunto. A vereadora criticou o ex-funcionário da PMU. 

“O senhor esteve desde 2013 trabalhando na prefeitura e essa situação também é uma responsabilidade do senhor, que recebeu os seus salários. O senhor trabalhou lá para abrir o teatro e não conseguiu. Somando os salários que recebeu da prefeitura, em torno de R$ 200 mil, já daria para pagar as reformas necessárias”. 

Outro vereador, Reginaldo Fábio de Matos (PMDB), o Bibi, fez várias colocações em relação ao tema levantado na tribuna popular. Ele disse que Robertson não teria legitimidade nenhuma para pedir a anulação do relatório feito pela comissão. “Não vou aceitar que um pau mandado venha aqui denegrir os vereadores. Ele foi candidato a vereador, queria estar entre nós, mas não teve mais que 74 votos. Foi secretário de segurança pública, um dos piores que já passou por lá. Não sabia o que fazer, mas sabia o caminho do banco para receber R$ 8 mil”, completou. 

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