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Entidades se reúnem em São Sebastião para discutir o tráfico de Mulheres e Meninas

Tamoios News

Acontece nesta quinta(01), das 8h30 às 17 horas, no salão de eventos do Porto Grande Hotel & Convention, em São Sebastião, uma oficina de educação popular feminista, fechada para 50 lideranças locais previamente indicadas, que atuam em ONGs, órgãos públicos e universidades, a respeito do Tráfico de Mulheres e Meninas: educação popular feminista para implementar políticas públicas.

Tráfico humano

O tráfico de pessoas é a terceira modalidade criminosa mais lucrativa do mundo, ultrapassada apenas pelo tráfico de armas e de drogas. O lucro anual chega a quase 32 bilhões de dólares, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Dentre as vítimas, mais de 70% são mulheres, sendo a imensa maioria delas para fins de exploração sexual. A faixa etária predominante está entre 18 e 29 anos e adolescentes. Há registro de tráfico de crianças, sendo a maioria do sexo feminino.

Também existe o tráfico de homossexuais e travestis jovens. Além da exploração sexual, estão entre as finalidades o trabalho análogo à escravidão, adoção ilegal de crianças e adolescentes – que inclui servidão doméstica – e venda de órgãos. A maioria das pessoas traficadas é pobre e com baixa escolaridade.

Esses são apenas alguns dados que comprovam a cruel realidade do tráfico humano, indo muito além do que é exibido na telinha da TV. E a região apresenta outros fatores de vulnerabilidade, os quais estarão em debate no dia de hoje.

Dentre os principais objetivos, estão: contribuir para o acúmulo de discussão sobre o tema dentro dos movimentos sociais e na sociedade em geral; refinar a ótica feminista; contribuir na luta pelo enfrentamento da violência contra a mulher que se materializa na violência doméstica e sexual, além do tráfico de mulheres; fortalecer a rede de serviços contra o tráfico humano, formada por atores governamentais, não governamentais e de universidades; interferir na implantação e implementação de políticas públicas de prevenção, repressão, responsabilização e atendimento às vítimas priorizando ações voltadas para os direitos humanos; aumentar a sensibilidade da mídia e da opinião pública sobre a gravidade dessas questões, como consequência das desigualdades de gênero.

As iniciativas são uma realização da Associação Mulheres pela Paz, presidida por Clara Charf, hoje com 94 anos, e dirigida por Vera Vieira, doutora em Comunicação e Feminismo pela USP/ECA. Contam com o apoio da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, graças a uma emenda parlamentar da deputada federal Luiza Erundina. As imprescindíveis parcerias locais são: AAMS – Associação de Amparo à Mulher Sebastianense, Conselho Municipal da Condição Feminina, OAB São Paulo (136ª Subseção São Sebastião), Coletivo das Mulheres do Litoral Norte, Fórum LGBT Litoral Norte Paulista, Prefeitura de São Sebastião, Coordenadoria da Mulher de São Sebastião, Teatro Municipal, Fundação Educacional e Cultural de São Sebastião Deodato Santana e Fundo Social de São Sebastião.

O projeto prevê atividades em dez cidades do estado de São Paulo, com um evento final na capital, para lançamento do livro contendo a sistematização de todo o processo.