Musa sertaneja se apresenta logo mais, às 22h, no Arraiá Caiçara
Por João Pedro Néia
Tudo o que cerca a cantora Paula Fernandes é superlativo, desde sua beleza até os números impressionantes de venda de discos, passando pelo exército de fãs que lotam seus shows, dentro e fora do Brasil.
Paula Fernandes é a artista com maior número de discos vendidos no país na última década e também a personalidade com mais seguidores no Facebook (são quase 15 milhões).
É comum jornais e revistas associarem o nome de Paula Fernandes à música sertaneja, o que é justo, por conta da trajetória e das raízes da cantora com o interior. Mas suas músicas e parcerias revelam um ecletismo que desafia essa definição pura e simples. A própria música sertaneja atual vai muito além de um estilo único, engessado.
Artistas consagrados, como Almir Sater e Renato Teixeira, são ícones da música do campo, e suas composições são mais contemplativas, falando dos aspectos da vida simples do sertanejo, como a fé e a natureza. O sertanejo universitário, por sua vez, traz uma música de catarse, que arrasta milhões aos shows. Muitas falam de “bebida e diversão”, e seus ícones são duplas como Victor e Leo e Jorge e Mateus.
Paula Fernandes transita entre esses dois lados do sertanejo, que não são opostos, mas complementares. E Paula já gravou ou dividiu o palco com praticamente todos os representantes da música dita sertaneja em suas várias facetas.
Sem contar a parceria com o “Rei” Roberto Carlos, que só catapultou um destino que parecia traçado desde a adolescência, quando Paula se apresentava pelo interior com o nome artístico de Ana Rayo, em homenagem ao personagem da novela Ana Raio e Zé Trovão, da extinta TV Manchete.
Nesta entrevista exclusiva ao portal Tamoios News, a mineira de Sete Lagoas fala da infância, da carreira, das parcerias, e revela detalhes do que os fãs podem esperar do show desta noite em São Sebastião.
Portal Tamoios News – Sua cidade natal é Sete Lagoas, em Minas Gerais. Conte um pouco sobre a sua infância.
Paula Fernandes – Minha infância foi muito tranquila, sempre em contato com a natureza. Comecei a cantar aos oito anos de idade em festas e casas de shows na minha cidade natal e arredores, e de lá para cá, não parei mais. Cresci ouvindo a música sertaneja de raiz.
T.N. – Que bandas e artistas você ouvia quando era criança e adolescente que influenciaram na sua carreira?
Paula – Uma das minhas grandes inspirações é a cantora canadense Shania Twain, com quem tive o imenso prazer de gravar o clipe da música “You’re Still The One” e participar do show dela em Las Vegas. Além dela, há muitos artistas que me influenciaram.
T.N. – Você fez parcerias com vários músicos. Desde Roberto Carlos a Michel Teló. Com quem você gostaria muito de gravar?
Paula – Ao longo da minha trajetória, já realizei muitas parcerias marcantes e quero dividir o microfone com muitos outros artistas ainda, mas é difícil dizer somente um nome…
T.N. – Você é a artista que mais vendeu discos no Brasil na última década. Como você enxerga os serviços de streaming, como Spotify e Deezer, que já deixaram muitos artistas revoltados?
Paula – Procuro sempre levar o melhor de mim ao meu público, e saber que muitas pessoas compram meus discos, mesmo na era digital em que vivemos, é muito gratificante. Agradeço muito o apoio e o carinho dos meus fãs e de todas as pessoas que entraram de cabeça nesses sonhos comigo e me ajudaram a torná-los realidade.
T.N. – Os shows de música popular no Brasil exigem cada vez mais da parte física, com muitas trocas de figurino e danças. Como você se prepara física e mentalmente para tantas apresentações, viagens e participações na TV?
Paula – Procuro me alimentar de maneira saudável e fazer exercícios físicos. Ultimamente estou gostando muito de malhar – faço caminhadas e musculação. Mais do que a questão estética, quero ter saúde e disposição para continuar me apresentando.
T.N. – Quais as principais diferenças entre tocar em festivais, para públicos enormes, e em shows menores, mais intimistas? Onde você se sente mais à vontade?
Paula – Eu me sinto à vontade nos dois perfis. Acredito que independentemente do local que você se apresenta, o importante é o amor e carinho que você deposita no seu trabalho e a emoção que você transmite para seu público.
T.N. – O CD “Dust in the Wind” foi o segundo da sua carreira. Logo de cara você escolheu gravar em inglês e fazendo covers de artistas mundialmente consagrados e de estilos bem diferentes, variando de Metallica e The Who a Simon & Garfunkel e Shania Twain. Como surgiu a ideia deste CD?
Paula – Ele nasceu a partir do convite para cantar canções em inglês, como “Dust in the wind” [da banda Kansas] para a novela “Páginas da vida” [de 2006]. Resolvi mostrar meu lado intérprete e sempre tive em mente ser uma artista versátil, que transita por diversos estilos musicais. Gostei muito do resultado final.
T.N. – Você lota shows e vende muito bem fora do Brasil também. Como está sua carreira internacional no momento? Pelo seu laço profundo com o Brasil e com o nosso interior, você em algum momento sentiu dificuldade em investir na sua carreira fora do Brasil?
Paula – Em março deste ano, eu me apresentei nos Estados Unidos (Newark e Boston) e Canadá (Toronto). Fico sempre muito feliz com a recepção do público lá fora, e é incrível a participação de todos. Fico muito orgulhosa de encontrar brasileiros que moram lá fora e poder levar minhas músicas até eles.
T.N. – Voltando a falar de internet. Qual o segredo para vender tanto, mesmo em épocas de pirataria?
Paula – O segredo é muita dedicação e esforço! (Risos) Sempre lutei muito pelos meus sonhos e até hoje continuo lutando por eles. Procuro sempre levar o melhor de mim ao meu público e ver um retorno tão positivo é muito bom.
T.N. – O que o público pode esperar do seu show em São Sebastião?
Paula – O público de São Sebastião pode esperar um show muito animado. Vou cantar forrós e guarânias e terei parcerias virtuais com a cantora canadense Shania Twain, com quem gravei o clipe de “You´re Still the One”, e também com a dupla Chitãozinho & Xororó em “Pegando Lágrimas”, música que Xororó compôs e que faz parte do meu mais recente projeto, “Encontros pelo Caminho”. Espero todos lá.
