Educação

Estudantes ocupam área externa da Diretoria de Ensino em Caraguá e pedem respostas de acordos firmados no ano passado

Tamoios News
Ricardo Hiar
Ricardo Hiar

Polícia acompanhou ação de estudantes na Diretoria de Ensino, em Caraguatatuba

Grupo chegou ao local no fim do expediente nesta sexta-feira (3) e promete ocupar a área até receber uma resposta da diretoria

Por Ricardo Hiar, de Caraguatatuba

Pelo menos 40 jovens, estudantes de diversas unidades escolares de Caraguatatuba, ocuparam uma área externa do prédio da D.E. (Diretoria de Ensino), localizada no bairro Indaiá, no fim da tarde desta sexta-feira (3). Os alunos chegaram ao local por volta das 17h e surpreenderam funcionários que encerravam o expediente.

As portas da diretoria foram fechadas pelos servidores, para evitar o acesso no interior do prédio. Por conta disso os estudantes tomaram conta de uma área externa, em frente da principal porta de acesso. Alguns funcionários ficaram com receio e permaneceram mais tempo no local de trabalho. Outros, optaram por deixar a diretoria pelos fundos, onde fica o estacionamento e que não sofreu impacto da invasão. 

A Polícia Militar foi acionada e registrou a ocorrência. Pelo menos cinco viaturas permaneceram no local no início da noite e impediram que outras pessoas tivessem acesso à área invadida. Segundo um dos policiais, a ação no local tinha como objetivo evitar desordem e que o grupo chegasse também à parte interna da Diretoria de Ensino. 

Os estudantes afirmam que essa ocupação é uma continuação de ação similar realizada no fim do ano passado na Escola Estadual Colônia dos Pescadores, no mesmo bairro. Na ocasião, os alunos ficaram na unidade escolar por vários dias e reivindicavam o não fechamento de salas de aulas na região, além de segurança trabalhista para professores que apoiaram o movimento. Segundo alegaram com a nova ocupação, mesmo com um documento registrado em juízo, o compromisso não foi cumprido.

Assim como na ocupação da escola, os jovens fixaram cartazes com frases de ordem pelo prédio, indicando uma “nova direção” e também atacando a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Luan Moreno, 24, disse que participou na ocupação do ano passado e que a ação se faz necessária para pressionar o Estado a cumprir o acordo anterior. 

“No ano passado houve ocupação em várias cidades do Estado contra a reorganização das escolas e o governo recuou, mas depois voltou a reorganizar as escolas às escuras. Somente no Litoral Norte 50 salas foram fechadas. No acordo, eles também disseram que não haveria perseguição contra alunos e professores que participaram do movimento, o que não foi cumprido. Teve professor que perdeu aula e aluno que precisou mudar de turno, perdeu emprego, por conta dos problemas que tiveram”, completou.

De acordo com Moreno, a máfia da merenda é outra pauta que surgiu esse semestre e que foi incluída no movimento dos estudantes da região. Ele diz que foi protocolado um pedido com todas essas questões na Diretoria de Ensino, mas sem o devido retorno.

“Na verdade a resposta deles (D.E) foi solicitar um responsável. Mas aqui é um coletivo, não tem um único representante, então eles tinham que dar esse retorno a todos pois são informações de interesse público. Queremos mostrar que a causa é justa e que houve sim esse fechamento das salas. Vamos permanecer aqui até que saia uma resposta definitiva da Diretoria de Ensino”, destacou. 

A reportagem tentou contato, mas não conseguiu ninguém da diretoria para comentar o caso até o fechamento da edição.

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