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Exposição “America Latina – A arte gravada” em Ilhabela

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Aos 81 anos, Marília Franco esbanja vitalidade e conhecimento artístico

A mostra pode ser visitada até o dia 22 de novembro, na Galeria Escritório deArte

Por Ricardo Hiar

Uma exposição que reúne gravuras de artistas renomados do Brasil e de outros países da América Latina, produzidas com a utilização de diversas técnicas, está aberta à visitação até o dia 22 de novembro, em Ilhabela.

A mostra, intitulada “América Latina – A arte gravada”, foi organizada por Marília Franco e acontece na Galeria Escritório deArte, no bairro Curral. Ela pode ser visitada diariamente das 14 às 22h.

Cerca de 50 gravuras foram selecionadas para a exposição, que marca a volta da galeria. O espaço ficou fechado durante cerca de um ano, por conta de uma reforma na Pousada onde está localizado. Agora reaberto, retomou as atividades com a proposta de oferecer exposições constantes.

De acordo com Marília, que é responsável pelo Escritório deArte e proprietária da Pousada Mareilha, os trabalhos em exposição foram escolhidos segundo dois critérios: a beleza e a importância dos autores de cada uma delas.

“Eu e o Edinir [Edinir Lumière, outro organizador da exposição] fizemos a seleção para mostrar ao público obras que são não só muito bonitas, mas também foram criadas por pessoas de grande importância no cenário da arte”, explica.

Aos 81 anos, Marília, que também é artista, esbanja vitalidade e acumula décadas de experiência no trabalho com obras de arte. Essa visão e prática ela busca aplicar em Ilhabela, desde que escolheu a cidade para viver.

Ela lembra que a arte sempre esteve presente em sua vida e começou a pintar aos 13 anos. “Desde jovem gosto de arte, mas quando eu já estava casada, com filhos, e queria trabalhar é que vi essa área como uma atividade profissional”, completa.

Atualmente, segundo conta, não tem produzido por falta de tempo, mas não pensa em deixar as atividades tão cedo. “Não tenho tido muito tempo para produzir, porque tenho me dedicado à pousada e à galeria, mas quero voltar a pintar em breve. Sou de uma geração forte e não penso em parar de trabalhar tão cedo, quero continuar”, afirma.

O início da história

Natural de São Paulo, a relação de Marília com Ilhabela começou em 1985, quando adquiriu uma casa no arquipélago. Mais tarde, em 2003, foi quando adquiriu um terreno no Curral e, com ele, a ideia de construir uma pousada e se mudar de vez para a cidade.

O mais inusitado é que, apesar de estar numa cidade nova e com novas possibilidades, ela trouxe consigo, literalmente, marcas de outras fases de sua vida. Isso porque os chalés que compõem a pousada foram construídos com o material da antiga casa em São Paulo, onde passou boa parte de sua vida e que foi demolida após a venda.

A princípio, ela só queria trazer a escada ao saber que a casa não ficaria mais em pé, mas enxergou outras possibilidades ao ter o aval do novo dono da área, para trazer consigo o que quisesse do local.

Em cinco viagens, um grande caminhão trouxe para Ilhabela tijolos, portas, janelas, pisos e madeiramento. “A ideia de construir quatro chalés utilizando o material da casa tomava forma. Os tijolos à vista, o madeiramento do mezanino, as portas e janelas. Quase tudo veio do sobrado da rua João Moura, dando continuidade à história”, conta.

Em 2012, já com a pousada em funcionamento, ela resolveu aliar sua grande experiência, adquirida ao longo de sua carreira e trabalhando com grandes nomes do cenário artístico nacional, para a cidade litorânea, iniciando as atividades da galeria.

Por suas mãos já passaram obras de artistas renomados como Volpi, Portinari e Di Cavalcanti, dentre outros, tendo assim colaborado na formação de importantes e valiosas coleções.

América Latina – A arte gravada

Antes de fechar para reforma, a Galeria Escritório deArte promoveu a exposição de Lícia Ferreira. Agora, com o espaço revigorado, a nova exposição traz gravuras feitas em metal, madeira (xilogravura), pedra (litogravura) e serigrafia.

Entre as obras está uma do argentino Leon Ferrari, que é um grande artista internacional. Ferrari se exilou no Brasil durante a ditadura argentina e ficou durante sete anos na Vila Madalena, em São Paulo. Ele já teve trabalhos expostos em Nova Iorque e tem peças que chegam a custar U$ 150 mil.

Também há em “América Latina – A arte gravada”, uma gravura de Tarcila do Amaral, chamada “Mulher Núvem”, que foi feita em metal e é devidamente catalogada.

A exposição ainda reune obras de Ademir Martins, Cícero Dias, Barbara Xumaia, Rui Amaral, Yara Tupynambá, entre outros.

Serviço: A Galeria Escritório deArte está localizada na Avenida José Pacheco do Nascimento, 7643, Curral (dentro da Pousada Mareilha). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (12) 3894-1526 ou pelo site www.dearte.com.br

2910 m EXPOSIÇÃO

 

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