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Farol da Ponta do Boi em Ilhabela comemora 125 anos

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Capitão de Fragata e delegado da Capitania dos Portos de São Sebastião Silvio da Costa Proença, no Farol da - Ponta do Boi - Imagem/Tamoios News

Inaugurado em 1900, o Farol da Ponta do Boi, localizado no extremo sul da cidade de Ilhabela (SP), está comemorando 125 anos de existência. Desde o seu primeiro dia de funcionamento, o Farol é acompanhado pela presença de faroleiros.

De acordo com o Capitão de Fragata e delegado da Capitania dos Portos de São Sebastião, Silvio da Costa Proença, o Farol da Ponta do Boi vem auxiliando e salvaguardando a navegação e a vida humana no mar desde a sua inauguração. “Essa é a grande importância dele aqui para a região. Essa região é uma região de navegação bem complicada. Os fatores meteorológicos aqui são bem influentes, então é de suma importância esse auxílio à navegação aqui para os navegantes”. Proença acrescenta que o Farol permite que o navegador tenha a consciência situacional naquele momento, para ele saber exatamente onde está navegando. “Aqui nós temos vários perigos naturais que são submersos, nós temos históricos de vários naufrágios nessa região. Então, por conta disso, foi avaliada essa necessidade de auxiliar os navegadores com mais uma ferramenta para que a gente pudesse dar mais segurança a essa navegação. Depois da colocação desse farol, a gente teve uma diminuição significativa no número de acidentes nessa área. O farol auxiliou muito nessa modernidade e na capacidade dos navegantes poderem navegar com segurança”.

Tendo como características principais, o Farol da Ponta do Boi conta com uma luz branca que tem duração de 10 segundos e, que atinge uma distância de 22 milhas náuticas, cerca de 40 e poucos quilômetros de distância. Desde o primeiro dia de inauguração, o Farol da Ponta do Boi é acompanhado por pelo menos uma pessoa durante todos os seus dias de existência. No início, o farol era guarnecido por famílias inteiras. Atualmente, uma dupla de militares moram no alojamento instalado no local, onde permanecem pelo período de três meses diretos. “A cada três meses nós fazemos aqui a troca da tripulação. É um processo seletivo e os militares obedecem alguns critérios e alguns requisitos”, explica o Capitão.

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Sendo um dos faroleiros responsáveis pelo Farol da Ponta do Boi atualmente e terceiro Sargento Faroleiro, Douglas da Conceição, assume que a presença de profissionais como ele no local possibilita que o Farol continue operando normalmente durante todos os anos de existência e, que seja mantida a segurança da área e a presença da Marinha na região. “Como a minha profissão é faroleiro, então a gente já está acostumado de estar guarnecendo o Farol da Ponta do Boi. Todo dia a gente liga, desliga, faz as manutenções no farol e nos alojamentos, devido aos animais peçonhentos. Então, a gente sempre está fazendo essa limpeza de rotina e mantendo o farol em condições sempre operativas”, afirma Conceição.

Faroleiro, Douglas da Conceição
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Formado por lentes de origem francesa, os equipamentos para montarem o farol foram trazidos através de embarcações e descarregados na área do Saco do Sombrio, região ao leste de Ilhabela. Após serem recebidos, todos os equipamentos foram levados até a área do Farol da Ponta do Boi no lombo de burros, onde são mantidos em operação até os dias atuais.

Funcionando com lâmpada incandescente através da energia elétrica desde a década de 1960, quando até então a luz era acesa por querosene e óleo, o Farol e o alojamento dos faroleiros são abastecidos hoje em dia por painéis solares que foram instalados no local para atenderem a demanda e darem um conforto para a tripulação, permitindo que eles tenham acesso a internet, por exemplo, para se comunicarem com as famílias.

Tendo as obras iniciadas no ano de 1898, a construção do farol foi finalizada em dois anos, tendo um atraso de 16 meses do que era previsto devido aos problemas logísticos, principalmente em relação ao acesso ao local onde foi construído. O nome do Farol foi devido à semelhança que a ponta da ilha tem com a de um boi, fazendo com que o animal fosse homenageado na nomeação do local.

Durante a entrevista das comemorações dos 125 anos do Farol da Ponta do Boi, Conceição afirma que durante os três meses de trabalho no local a saudade de casa surge. “A gente fica com saudade da família, né? Mas a gente até acaba gostando de estar aqui no Farol da Ponta do Boi também. É da minha profissão, então já estou acostumado e para mim é gratificante, com certeza”. O Capitão de Fragata Silvio da Costa Proença acrescenta que é uma felicidade estar participando dessa data. “É uma honra ter o poder de estar zelando por isso, pois não é só um cartão postal aqui dessa região, mas é um patrimônio da sociedade brasileira. É uma satisfação e uma honra muito grande”, finaliza ele.

Redação/Tamoios News