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Feira do Rolo cresce e se transforma em opção de lazer até para turistas

Tamoios News

Feira começou com troca de bugigangas usadas na década de 90, hoje, têm de tudo, até objetos de arte e antiguidades.  

Por Salim Burihan

A tradicional Feira do Rolo de Caraguá cresceu e se transformou numa das principais atrações da cidade. Hoje, a feira é inclusive uma das atrações turísticas do município.

Feira recebe mais de 5 mil pessoas aos domingos

A feira começou  no final da década de 90, como um espaço de trocas de bugigangas, num bolsão da antiga avenida da praia.

O local, no início era mal visto pelos moradores, devido a suspeita de troca e venda de objetos furtados ou roubados.

Diante dessa situação, a feira foi transferida para a Avenida Rio Grande do Norte (onde está atualmente), mas devido a distância do centro, acabou sendo transferida para uma praça em frente a delegacia, na avenida Maranhão, no Jardim Primavera.

Ali, o espaço acabou ficando pequeno ou, por ficar em frente à delegacia, seus organizadores optaram em voltar a ocupar a Avenida Rio Grande do Norte, no Indaiá “de cima”, como chamam os moradores do local.

A feira foi crescendo aos poucos. Na época, tinha um pouco de tudo, principalmente, CDs e DVDs piratas; produtos “ching ling”, como se diz na gíria popular; roupas usadas e material hidráulico, elétrico, eletrônico  e automotivos usados.

Eram cerca de vinte barracas de ambulantes.  Em 2013, devido ao crescimento das barracas, a prefeitura decidiu intervir, através da Secretaria de Urbanismo.

É que os ambulantes passaram a ocupar até mesmo o acesso das garagens das residências, impedindo a entrada e saída dos carros de moradores.

Os ambulantes passaram respeitar as normas, deixando de ocupar o espaço das garagens. A partir daí, a feira não parou mais de crescer. De dois quarteirões iniciais, hoje, a feira ocupa, mais de oito quarteirões e se expande pelas ruas vizinhas.

Segundo consta, são mais de 300 famílias que vivem e dependem da feira. Muita gente circula pelo local, calcula-se por baixo, que mais de 5 mil pessoas passam por lá aos domingos.

A feira funciona das 6 às 15 horas. Não é cobrada nenhuma taxa por parte da prefeitura, que exige apenas, que os ambulantes não comercializem produtos de origem duvidosa ou furtados e roubados.

Lá se encontra de tudo: todos os tipos de objetos usados elétrico, eletrônico, hidráulico;  peças de moto, de carro, de bicicleta; utensílios para restaurante, bar, lanchonete e residências; galinha, cachorro, frutas, flores e plantas. E, muita antiguidades e objetos para colecionadores.

É claro, não falta a mais variada gastronomia. Tem pastel, empadinha, churros, churrasquinho, nhoque, costela no bafo e prato feito. É uma fartura, a preços bem acessíveis.

Têm também, feirante de todos os bairros e, até, de outras cidades. A feira, que em seu início, lá no final da década de 90, começou marginalizada, hoje, é realmente o “point” da cidade.

Feirantes

O feirante Claudinho “Gelato”, no começo vendia coisas usadas, hoje, é uma das barracas que mais vendem games e acessórios, com garantia

O feirante Cláudio da Conceição expõe na feira desde 2000. Ele explicou que no começo vendia coisa usada, barganhava, e que com o tempo, percebeu que o público se tornou mais exigente. Hoje, vende produtos de games e dá garantia.

“Atendo gente da cidade e de toda a região. Hoje mesmo (domingo), atendi quatro turistas de São José dos Campos e São Sebastião. Graças a essa feira complemento a renda para manter a família”, contou.

É isso, muita gente, sem opções de emprego ou falta de recursos para abrir um negócio próprio, vai expor na feira. O local também virou ponto de compra e venda de carros e motos  usadas, nas ruas paralelas.

Turismo

Radialista Forlim, um dos mais conhecidos da região e sua filha Marcela, compram flores do feirante Marcelo Meireles

A feira é frequentada por todos os tipos de pessoas, de empresários ao trabalhador braçal. Gente simples e gente famosa. Na época de eleições, praticamente todos os candidatos ao cargo de vereador ou prefeito, frequentam a feira.

O radialista J.R. Forlim, um dos mais tradicionais da cidade, é frequentador assíduo. No domingo, por exemplo, ao lado da filha comprava flores na barraca do floricultor Marcelo Meireles. Forlim é figura carimbada na feira, sempre que pode passa por lá.

Meireles trabalha no ramo há muito tempo, inclusive, já exportou flores para países europeus e ainda é fornecedor do Ceasa, em São Paulo. Ele disse curtir o trabalho na feira, pelo contato com as pessoas e as amizades que conquista no local.

O advogado Luiz Siqueira, de Santa Branca, disse que sempre passa pela feira, principalmente, nos dias em que não dá para curtir uma praia.

“É uma feira muito legal, a gente encontra de tudo, passa o tempo e se distraí”, disse. Ele aproveitou para comer um pastel, que custa R$ 4,50 e tomar um caldo de cana, de R$ 3,00.

Garimpagem

Eduardo e seu conjunto de louças alemão, uma raridade encontrada na feira

A feira é rica em produtos antigos e raridades, muitas vezes, adquiridas a preço de banana.  Muita gente frequenta a feira para garimpar antiguidades ou objetos raros.

Eduardo machado, que comemorou ontem, sábado, 53 anos,  é um deles. Decorou praticamente toda a sua casa com objetos e produtos adquiridos com os feirantes.

“As pessoas vendem para faturar um dinheiro e garantir a semana, mas na maioria das vezes, desconhecem o valor da raridade que estão vendendo”, contou Eduardo.

Eduardo pagou R$ 150,00 num conjunto de louças da Alemanha, que na internet é comercializado por R$ 2.500,00.

Tem mais, pagou R$ 250,00 num lustre de cristal, que custa no mínimo R$ 2.500,00. Comprou por R$ 250,00 um relógio cuco importado, que vale R$ 5 mil reais.

Relógio Cuco, custou R$ 250,00, mas vale mais de R$ 5 mil.

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