Feriado São Sebastião

Casal de aposentados de Juquehy aproveita feriado para vender produtos artesanais

Tamoios News

 

Por Maria Jaislane

Um casal caiçara aproveita o feriado prolongado para ganhar um dinheiro extra vendendo artesanato produzido na região da costa sul de São Sebastião.

A barraca é improvisada para a exposição dos artesanatos. Uma mesa de plástico próximo as árvores foi instalada nRua Benedito Izidoro de Moraes, no bairro de Juquehy. 

O casal, a artesã Aurora dos Santos Oliveira, 70 anos de idade, mais conhecida como Dona Lola, e tendo como a sua tataravó a Mãe Bernarda (a qual atualmente leva o nome da Avenida principal do bairro) e seu maridoMauríci de Oliveira, 72 anos, vendem produtos feitos a mão.

Os produtos: chinelos, chapéus, cestos, bolsas, jogos americanos, entre outros artesanatos.  Todos feitos com palha de bananeira seca, capim vermelho e taboa  uma espécie de planta que dá no brejo, encontrado no bairro de Cambury. Os valores dos produtos saem em torno de R$20 a R$ 50 reais. 

“É isso o que me dá vida, eu gosto do que façoColocamos esse valor para poder vender, porém deveriam ser mais altos, pois são produtos feitos à mão, mas, infelizmente não está sendo tão valorizado como era antes”, diz a caiçara Dona Lola.

Casados há 50 anos, o casal caiçara construiu uma famíliae por meio do artesanato conquistaram os seus bens materiais, juntos produzem até hoje belíssimas peças, valorizando o artesanato regional. 

“Construímos a nossa casa com o trabalho artesanal, eu trabalhava de segunda a sexta, no sábado vinha um senhor de São Paulo, que levava as minhas peças, na época, ele tinha uma tapeçaria, quando ele vinha já me dava o dinheiro do pagamento adiantado. Eu usava para comprar mais materiais e assim fui indo. Demorei três anos para construir minha casa e bem dizer foi nela aonde criei os meus três filhos, tudo através do dinheiro do artesanato”, relata Dona Lola. 

O pescador Mauríci de Oliveira, conta que desde criança faredes de pesca e que aprendeu a produzi-las observando os seus pais.

 “A minha vida era no mar, eu gostava muito de pescar pela redondeza, mas, houveram algumas decepções que me afastaram do mar, então retomei a fazer as redes de pesca pois a vida tem que continuar, e isso é o que me dá ânimo para continuar”, diz Sr. Maurici.

Atualmente faço mesmo só para passar o tempo, pois a turma cobra muito barato, uma rede de 100 metros custa cerca de R$500 reaisEsta que estou fazendo têm aproximadamente 5 metros, a malha é bem grande, feita de nylon fio de pneu, na cor marromAs crianças aqui do bairro ao verem o meu trabalho se interessam em aprender, seria muito bom se tivesse algum tipo de espaço para que os caiçaras mais antigos pudessem passar para a nova geração as nossas artes, só assim a cultura não morreria e a tradição continuava”, conta o aposentado Mauríci de Oliveira. 

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