Locais com animais em confinamento serão verificados
O Núcleo Paraíba do Sul do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) do MPSP instaurou procedimento administrativo de acompanhamento para identificar atividades ou locais, como mercados, feiras, casas de ração, granjas e similares, que mantêm em confinamento espécimes da fauna doméstica, silvestre ou exótica, seja para venda, criação e/ou fornecimento à consumo, em mais de 30 municípios do Vale do Paraíba. Essas situações podem gerar risco à propagação de doenças.
Dentre as medidas tomadas pelo Gaema para obter um panorama da região, estão pedidos de informações aos municípios, à Polícia Militar Ambiental e a órgãos estaduais ligados à Secretaria de Estado da Agricultura e à Vigilância Sanitária. Segundo o promotor Laerte Levai, que assina a portaria, o princípio da prevenção justifica a atuação prévia, com o intuito de coibir situações anômalas de exploração animal e resguardar o equilíbrio ambiental.
Durante a crise trazida pela epidemia de covid-19, a Organização Mundial da Saúde tem demonstrado preocupação com doenças emergentes que poderão causar surtos graves de doenças infecciosas em um futuro próximo,, sendo que muitas delas têm origem na transmissão de patógenos de animais silvestres usados como alimento, ou de patógenos “cultivados” em animais cativos.
Em vista de outras graves patologias que já assolaram o mundo, como a Sars, a Mers, o ebola, e as gripes suína e aviária, a presidência da Convenção da ONU pela Biodiversidade também se manifestou recentemente, recomendando a proibição global dos mercados de animais silvestres, dada à possibilidade de que animais selvagens utilizados na alimentação humana possam ter gerado o novo coronavírus.