Após as ressacas, que atingem as praias da região, algumas pessoas vasculham as areias na busca de algo valioso trazido pela maré. Alguns utilizam até equipamentos sofisticados como detectores de metais. Outros, vasculham as areias com as próprias mãos
Por Salim Burihan
O assunto não é novidade, pois eles estão sendo vistos com maior frequência em nossas praias e em margens de rios da região. Trata-se pessoas, que utilizam detector de metais, vasculhando esses locais, em em busca de moedas, correntes e relíquias.
Encontramos um deles, vasculhando as areias da Praia Martim de Sá, uma das mais frequentadas de Caraguatatuba, em pleno domingo.
Ele, que não quis se identificar, o que explico depois, contou que faz isso como hobby. Utiliza um detector de metal, uma espécie de pá de alumínio e alguns saquinhos plásticos para recolher o lixo que encontra em sua caminhada pela areia da praia.
Segundo contou é arriscado se identificar porque pode chamar a atenção de bandidos. Eles podem achar que eles encontram ouro e muitas coisas de valor. Ele disse que encontra na verdade é muito lixo.
Entendeu porque ele não quis se identificar? Mas, não é só por isso. Um aparelho de detectar metais custa em média R$ 6 mil.
O jovem contou, também, que garimpa em outras praias da cidade e região. Segundo ele, as vezes recolhe moedas, mas, que nunca encontrou ouro.
Outros “garimpeiros” de praia, já localizaram, correntes, relógios e moedas, perdidos durante o banho de mar pelos banhistas.
Quando ocorrem ressacas mais fortes, após a ocorrência delas é comum, ver em algumas praias, pessoas vasculhando na areia, os entulhos trazidos pela maré, também, na busca de encontrar alguma coisa.
É o que ocorreu com Almir Souza, de Caraguatatuba, que garimpa as praias do centro da cidade, entre elas, a do Indaiá. Souza utiliza um detector que veio dos EUA . É um aparelho menor, que não pode ser usado na água. Por isso ele garimpa apenas na faixa de areia.
O aparelho tem um sensor que “apita” quando é detectado algum tipo de metal. “Já encontrei moedas novas e antigas, correntes e alianças”, contou Almir. Desempregado, ele disse, que tem aproveitado o tempo livre para “caçar””algum tipo de tesouro nas areias das praias da cidade.
Mar
Na Praia do Sapê, na região norte de Ubatuba, todas as vezes que o mar avança, um morador entra no mar, próximo a arrebentação, para retirar entulhos e folhagem trazidas pela maré durante as ressacas.
Ele contou, que o ideal é “garimpar” durante a manhã, entre 6 e 9 horas, quando a maré está vazia. O morador garante que já encontrou relógios, correntes e até um anel, durante suas buscas. Ele não usa nenhum tipo de aparelho ou equipamento. Fica com meio corpo dentro do mar e vasculhando com as mãos, sem luvas, a areia.
O morador contou que passa até quatro horas vasculhando a praia do Sapé e parte da praia das Toninhas. Ele se concentra mais no Sapê porque, segundo ele, a movimentação da correnteza acaba canalizando a maioria do entulhos das duas praias vizinhas(Lagoinha e Maranduba) naquela praia.
Os dois, no entanto, lamentam a quantidade de sujeira que encontram a beira mar, a maioria, de plástico, como tampas, sacolas e garrafas. No uso do detector de metais, tem sido muito comum, a localização de lacres de latinha de cerveja.
Muitas pessoas, também, percorrem as areias das praias após as ressacas, para catar conchinhas ou pedaços de madeiras, que são posterior, transformados em objetos de decoração.