Área foi embargada pela Prefeitura
Por Ivânio de Abreu
O Beach Hotel Juquehy , localizado na Av. Mãe Bernarda no bairro de Juquehy, Costa Sul de São Sebastião, está sendo denunciado por aterrar uma Área de Preservação Permanente (APP), em frente ao mangue. O que provoca discussões entre moradores e proprietários do Hotel.
A área fazia parte do terreno, quando foi vendido para o Beach Hotel. Pelo menos é o que conta a gestora ambiental, Margarida Simões, 41 anos. “Porém o antigo dono, consciente de que aquilo era um mangue, doou aos pescadores que lá construíram um rancho, onde guardavam as redes e canoas da pesca artesanal”, relata.
Margarida considera que os danos causados são grandes. “O mangue é praticamente o berçário do Rio, que deságua no mar em frente ao hotel, e serve como um filtro natural de impurezas. O que afeta seu bom funcionamento. Atinge diretamente toda vida marinha. A degradação ambiental que estão promovendo continuamente irá afeta-los em pouco tempo”, explica Margarida.
A gestora entende como um desrespeito ao meio ambiente, aos caiçaras e até mesmo com os turistas que se hospedam no hotel. “ É inadmissível nos dias de hoje não terem um pingo de consciência ecológica. Não entendem que estão prejudicando a si próprios e ao futuro do negócio”.
De acordo com a gestora ambiental, em 2005 o Hotel foi multado pelo Ministério Público de São José e pelo Ibama por jogar entulho da obra realizada na piscina. “Já havia desde então a intenção de ampliar o estacionamento do hotel utilizando a área de mangue”, relata. “Durante o passar dos anos, o hotel cercou a área e afastou os pescadores do local”, diz Margarida.
Um morador do bairro de Juquehy, neto de pescador e caiçara realizou a denúncia e lamenta. “Só indo ao local para ver a gravidade da situação, eles despejaram entulho e quatro caminhões de terra, gostaríamos de saber qual será o procedimento, se irão retirar o que foi jogado no terreno”, conta o morador.
Aprovado pela Cetesb – Segundo Uri Kellmann que é um dos diretores do Beach Hotel Juquehy, a área não seria uma APP. “ Temos esse terreno, que como dizem, não é um APP. Tudo que está sendo feito na área foi aprovado pelo órgão competente e com autorização da Secretaria do Meio Ambiente e Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb)”.
De acordo com os documentos que tem a aprovação da Cetesb, a finalidade do pedido feito pelo hotel, seria para construção de divisa em APP, e corte de árvore isolada para a instalação de estacionamento fora de APP. Com observações de que no trecho de APP, o muro deveria ter espaços regularmente próximos a sua base, de forma a permitir a passagem de pequenos animais silvestres.
As duas licenças foram expedidas pela Cetesb. Uma no dia 12 de janeiro de 2015, com vencimento no dia 12 de janeiro de 2016. E a outra no dia 23 de março de 2016, que venceu no começo do ano, 23 de março de 2017.
A reportagem entrou em contato com a Cetesb, mas não teve resposta até o fechamento da matéria.
Por nota, a Prefeitura de São Sebastião esclarece que a obra está embargada após técnicos do setor de fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) terem ido até o local. No momento, o proprietário do espaço entrou com recurso e a Semam está na fase de análise da documentação. Havendo a constatação do dano ambiental as sanções previstas em lei deverão ser aplicadas.
Veja vídeo extraído das redes sociais sobre a denúncia de aterro em área de APP:
Tem que boicotar este hotel, já que não respeita seu maior bem, a natureza.
Parabéns de quem fez a denuncia, a gestora ambiental e dos órgãos que embargaram a obra pelo trabalho.
O rio que passa ao lado deste hotel ja mudou de tamanho e curso devido aos aterros realizados nos ultimos anos, cade a fiscalizacao?
Vocês esquecem! Que infelizmente nesse hotel trabalham pessoas do bem! Que necessitam desse trabalho pro seu ganha pão! Boicotar? E como fica os funcionários???!!! Pensar no próximo ninguém quer né!!