II REENCONTRO DOS POVOS INDÍGENAS

Por Maria Jaislane

O II Reencontro dos povos indígenas, na aldeia Guarani Ribeirão Rio Silveira, localizada no bairro de Boracéia, Costa Sul de São Sebastião, iniciou nesta sexta-feira (10).

De acordo com o Cacique, Adolfo Timóteo, a reserva não é mas uma terra centralizada como antigamente. Com o passar do tempo, foi expandindo os grupos de famílias indígenas. Hoje, na reserva da costa sul existem cinco aldeias, definidas como: Grupo do Silveira, Grupo da Porteira, Centro, Rio pequeno e a cachoeira, em cada uma há um líder representante, entre tanto, todas são comandadas pelo o Cacique.

Cacique Adolfo

O reencontro dos Povos Indígenas é aberto ao público, para que todos possam visitar e participar, conhecendo dessa forma a cultura e se informando, ainda mais, sobre os assuntos em questão, como a política social, a demarcação de terra, levando também informações sobre a educação indígena, para que possam entender todo o desenvolvimento das aldeias.

“O dia do índio é em Abril, mas, realizamos esse evento no intuito de fazer com que as pessoas venham nos visitar, e conhecer a nossa cultura, não só no dia do índio”, diz o Cacique.

O índio Fabiano, em indígena Kuaryay, nasceu em Paraty (RJ), mas mudou-se para a Reserva Guarani Ribeirão Rio Silveira, ainda muito pequeno, onde apreendeu com o seu avô a tocar o instrumento chamado Mymby, entre outros instrumentos, repassados por seus ancestrais.

“Acho muito legal quando tem esse tipo de evento aqui na reserva, porque nos dá mais energia e força para lutar pela nossa origem”, diz Kuaryay, 18 anos.

As atrações estão abertas para todos e o evento irá até o próximo domingo (12), das 10 às 16 horas, com comidas típicas, artesanatos e diversas apresentações e atividades, entre elas, danças dos xondaros e xondárias, cantos, a tradicional pintura corporal, competições de arco e flecha, lutas corporais, e outras manifestações da cultura como a corrida de tora e os cantos sagrados, que expressam toda a força e sabedoria da comunidade

Para participar do evento, pede-se a contribuição espontânea da população com 1kg de alimento não perecível.

2019

A programação para o ano que vem (2019), dispõe desde já um projeto para a construção de uma pequena aldeia. Em busca de parcerias que possam ajudar, por meio de doações, o cacique explica a objetividade para essa construção, aonde segundo ele possibilitará a presença de outras etnias nos próximos eventos.

“Temos projetos para a construção de uma pequena aldeia, para receber os parentes e visitantes. Pois quando há outras etnias aqui, é ainda melhor para a extensão da cultura, proporcionando uma troca de informação e conhecimento, e observando também, a maneira como os índios estão vivendo em outras regiões do nosso país”, explica.