A Prefeitura de Ilhabela, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, realizou na terça (15), uma reunião pública de
apresentação de propostas para a problemática do saneamento básico na cidade.
O encontro aconteceu no Paço Municipal, no Perequê, e contou com a presença de representantes de órgãos públicos, associações, conselhos e sociedade civil organizada.
Na reunião, técnicos da Secretaria de Meio Ambiente detalharam o atual e futuro funcionamento dos sistemas de captação, reservação e distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto, além dos investimentos de curto e médio prazos, como a ampliação da produção de água tratada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), com a ampliação dos reservatórios Green Park (que terá sua capacidade elevada de 50 mil litros de água para um milhão de litros), e Bexiga (que será ampliado de 150 mil litros para dois milhões de litros). Com os reservatórios, Ilhabela dobrará sua capacidade total de reservação. As obras desses novos reservatórios devem começar nos próximos meses.
Para o item esgoto, foi anunciado o andamento de construção de quatro Estações de Tratamento (ETE), sendo três unidades terciárias (remoção de patógenos), e uma secundária (remoção das matérias orgânicas e dos sólidos em suspensão). As estações terciárias serão construídas nos bairros da Feiticeira (já licenciada), Praia Grande e Siriúba, essas ainda aguardando o devido licenciamento ambiental, assim como a ETE secundária do Itaquanduba. Somente a última representa um investimento de R$ 25 milhões.
Também aguardam o licenciamento da Cetesb os seguintes projetos: construção de duas elevatórias na Costa Bela, duas na Santa Terezinha, uma no Reino e outra na Armação (licenciada), além da adutora Norte-Sul – “tubulação que alimentará de água do Norte ao Sul do arquipélago, dando a possibilidade de flexibilizar a transferência de água de bacia em bacia”, segundo palavras da própria Sabesp.
O prefeito de Ilhabela, Márcio Tenório, destacou a importância da reunião. “O resultado do encontro foi positivo porque contou com
centenas de pessoas, dos mais variados setores representativos da população, que foram ouvidas e puderam se informar sobre o andamento de todos os projetos e obras que estão sendo realizados”, falou.
Meio Ambiente
A presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente de Ilhabela, Gilda Nunes, considerou válida a reunião, mas destacou que foi utilizado muitos termos técnicos, dificultado o entendimento por parte da maioria das pessoas presentes.
Gilda comentou ainda, que na reunião, não foram apresentados pela prefeitura o cronogramas das obras. “Não foi informado quando as obras serão iniciadas e nem quando serão finalizadas. Isso é fundamental para que sociedade civil possa acompanhar e cobrar a realização delas”, disse.
Outro detalhe destacado pela presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Ilhabela é que não existe contrato entre a prefeitura e a Sabesp. “Se não existe contrato como a empresa fará as obras?”, destacou.
Gilda falou também sobre a proposta de universalização do saneamento básico na ilha, feito pela prefeitura. Segundo ela, não se pode falar em universalização quando várias comunidades tradicionais e isoladas não estão incluídas neste processo de expansão de água e esgoto.