Por Lucelmo Lacerda
Era mais um dia de trabalho de Josiane, mas neste primeiro dia de aula havia algo diferente, um aluno com autismo. Para ele, o aluno, Robson, também era tudo diferente, muita gente, barulho, novo ambiente. Como muitas pessoas com autismo, Robson tinha dificuldades de se comunicar e apresentava comportamentos agressivos. Em certo momento, teve uma crise forte e começou a se bater e a bater em outras crianças.
Josiane calculou as possibilidades: a) não faço nada e ele se machuca (me prejudico, assim como a criança); b) não faço nada e ele machuca outras crianças (me prejudico pra valer, assim como as crianças); c) o seguro e ele fica marcado, ou algo pior – alguns morrem, imobilizados de forma equivocada (prejuízo é pouco, o nome é tragédia, para todos); ou d) o seguro e rezo pra não o machucar;
Não importa o que Josiane fez, mas o fato de que matricular crianças com autismo sem que todos os funcionários da escola e especialmente os professores e auxiliares tenham treinamento em Segurança em Crises Agressivas (Protocolo SCA – com todos os procedimentos validados com testes médicos) me parece algo difícil de se chamar de inclusão (poderíamos trocar “inclusão escolar” por “matrícula na escola regular”).
Isso porque nem comecei a falar em aprendizagem, onde o buraco é ainda mais embaixo. Deixo para a próxima!
parabens pela materia de Lucelmo lacerda