Lúpus é uma doença autoimune e sem cura conhecida, mas as opções modernas de tratamento podem controlar os sintomas e garantir uma melhor qualidade de vida para o paciente. Para isso é preciso fazer um diagnóstico precoce e seguir todas as recomendações dos especialistas.
Dependendo do tipo, essa doença pode atacar principalmente a pele ou também se espalhar para outras regiões do corpo, o que faz com que o seu tratamento envolva uma equipe multidisciplinar, na qual os principais profissionais a serem consultados são o dermatologista e o reumatologista.
Neste texto você vai entender quais são os sinais dessa enfermidade, seus tipos mais comuns e como diferentes especialistas atuam para oferecer mais conforto aos pacientes. Acompanhe!
O que é Lúpus?
Lúpus é uma doença autoimune e crônica que pode atingir a pele e também diversos órgãos internos, como rins, pulmões, articulações, cérebro e coração causando inflamações. Ocorre quando o sistema imunológico começa a agir de forma inapropriada e ataca as próprias células.
Nos casos em que prejudica o paciente externa e internamente, o problema é chamado de sistêmico. Mas o tipo mais comum da enfermidade é o cutâneo, que geralmente apresenta lesões em partes da pele que ficam expostas ao sol e também no couro cabeludo. De acordo com suas características, a doença é subdividida em três tipos e sua ocorrência é maior em mulheres, sobretudo entre os 20 e 45 anos.
Cutâneo discoide
As lesões na pele são arredondadas, grossas e vermelhas, sem apresentar outros sinais em grande parte dos casos. Mas há a possibilidade de que o paciente sofra com dor, comichão e ardência. Além disso, orelhas, rosto e couro cabeludo são as partes mais atingidas.
É preciso ser muito cuidadoso com esse tipo de manifestação da doença, pois ela pode causar cicatrizes e manchas na pele, assim como o desenvolvimento de câncer, nos casos em que permanece por mais tempo.
Subagudo
Nessa versão da doença as lesões na pele são vermelhas e escamosas e marcadas por um formato anelar, em que há um escurecimento da parte mais externa. Não há ocorrência de dor ou comichão, mas pode acontecer a descoloração do local afetado. As principais regiões atingidas são os ombros, braços, costas, pescoço e peito.
Agudo
A versão aguda da doença apresenta manchas vermelhas nas bochechas e nariz quando o paciente se expõe ao sol. Seu formato é mais disforme e algumas vezes lembra uma borboleta. As lesões podem causar descoloração e frequentemente estão ligadas ao tipo sistêmico da doença.
Quais os sintomas do lúpus?
Os sintomas do lúpus são variados, pois vão depender da região afetada e também do tipo da doença. Mas, de forma geral, os pacientes com essa enfermidade apresentam os seguintes sinais:
- Manchas vermelhas na pele, que podem descamar e causar cicatrizes;
- Sensibilidade ao sol, que se apresenta em regiões de maior exposição, como rosto, braços e pernas;
- Em alguns casos pode causar alopecia (queda de cabelo);
- Dores nas articulações;
- Mal-estar;
- Perda de apetite;
- Emagrecimento
Na versão sistêmica da doença, como os órgãos internos são afetados, podem surgir sintomas ainda mais graves:
- Dor;
- Dificuldades respiratórias;
- Redução das funções renais;
- Desmaios;
- Convulsões;
- Trombose
Quais as causas do lúpus?
Como sabemos, o principal fator para o surgimento do lúpus é genético. Então, essa predisposição pode se combinar com fatores ambientais, como exposição excessiva ao sol e infecções virais e por outros micro-organismos, além de distúrbios hormonais, para desencadear o problema.
Como o reumatologista e a dermatologista tratam o lúpus?
O lúpus é considerado uma doença reumatológica, por isso o especialista responsável pelo seu tratamento é o reumatologista. Entretanto, os sintomas mais claros da doença ocorrem na pele, o que faz com que o diagnóstico muitas vezes seja feito por um dermatologista.
Portanto, é interessante que esses dois profissionais acompanhem toda a evolução da doença. Além disso, o diagnóstico não é tão simples, já que alguns sinais podem ser confundidos com outras enfermidades. Então, diante da suspeita, o especialista irá fazer um exame físico do paciente e pesquisar sua história clínica.
Mas para chegar a uma definição mais acertada, muitas vezes o médico vai pedir uma biópsia da parte da pele afetada. Já quando há suspeitas da forma sistêmica da doença, é preciso fazer exames de urina e de sangue.
Tratamento com um dermatologista
O dermatologista pode ajudar a melhorar os sintomas da doença que se apresentam na pele. Para isso são receitados cremes e pomadas que reduzem a inflamação. Outros cuidados indicados pelo especialista são evitar a exposição ao sol, principalmente nos horários em que ele está mais forte, usar chapéus e roupas protetoras.
Tratamento com o reumatologista
O reumatologista irá atuar no tratamento de lúpus principalmente nas manifestações mais graves da doença, em que serão indicados medicamentos orais e injeções. Em alguns casos é necessário até a internação do paciente.
Atuação do reumatologista e do dermatologista na telemedicina
O reumatologista e o dermatologista estão aptos para atuar através da telemedicina, que consiste na prestação de serviços da área da saúde de forma remota e que foi regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina.
Isso traz diversas vantagens para pacientes e profissionais, já que há maior flexibilidade na marcação de consultas, menores custos e uma maior popularização do serviço, pois é possível ter acesso ao atendimento mesmo que o profissional não esteja na mesma cidade que o paciente.
Mas é importante deixar claro que esse modelo de prática da medicina não substitui as consultas presenciais, que podem ser indicadas pelo médico caso ele julgue necessário, ou solicitadas pelo paciente se ele se sentir mais confortável dessa forma.
A prática da telemedicina foi autorizada em caráter emergencial durante a pandemia de Covid-19, para facilitar o acesso aos serviços de saúde sem colocar profissionais e pacientes em risco. Mas depois foi consolidada por lei.
No caso do tratamento para lúpus, a telemedicina permite que reumatologistas e dermatologistas façam o devido acompanhamento dos pacientes de forma remota, além de receitar medicamentos e fazer o envio dos laudos dos exames. Por fim, os pacientes podem se beneficiar ao encontrar muitas informações sobre a enfermidade em diversos sites médicos.