Nos dias 27 e 28 de junho, o Memorial da América Latina, em São Paulo, será palco da 7ª Conferência Estadual das Cidades Paulistas — um encontro estratégico para discutir os rumos do desenvolvimento urbano no estado. E, pela primeira vez, o Litoral Norte paulista chega com protagonismo, representado pelo Instituto Conservação Costeira (ICC), referência nacional em resiliência climática e justiça socioambiental.
Com o tema “Construindo a Política Estadual de Desenvolvimento Urbano: caminhos para cidades inclusivas, democráticas, sustentáveis e com justiça social”, a conferência pretende reunir diferentes setores da sociedade para definir diretrizes das políticas urbanas em São Paulo. O ICC, com sua atuação enraizada em territórios vulneráveis às mudanças climáticas, traz para o debate um olhar essencial: o das comunidades da borda costeira, frequentemente excluídas dos processos decisórios.
A diretora executiva do ICC, Fernanda Carbonelli, participa no dia 27, às 11h, de uma mesa técnica como representante oficial do segmento das ONGs. Com vasta experiência na articulação de políticas públicas e conservação ambiental, Fernanda defenderá o papel estratégico da sociedade civil na construção de cidades mais resilientes e democráticas. Paralelamente, o ICC também atua como delegado eleito pelo município de São Sebastião, representado por Edson Lobato, coordenador socioambiental da instituição. Ele levará propostas concretas baseadas em experiências reais do Litoral Norte.
“Não basta planejar cidades ‘sustentáveis’ no papel. É preciso ouvir os territórios que vivem diariamente os impactos da emergência climática. Vamos falar por nós, mas também por todas as organizações que constroem soluções em meio a tantos retrocessos”, afirma Fernanda Carbonelli.
Premiado em 2024 como a Melhor ONG de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Brasil, o ICC tem se destacado por transformar o Litoral Norte em um laboratório de inovação socioambiental. Entre suas ações, estão a cogestão da APA Baleia Sahy, a restauração de áreas degradadas com o uso de drones, o projeto “Escolas Seguras” focado em educação climática, e a participação ativa em conselhos estaduais de meio ambiente e mudanças climáticas.
Fundado em 2013, o Instituto Conservação Costeira é reconhecido por integrar saber tradicional, tecnologia e incidência política para proteger ecossistemas e fortalecer comunidades em contextos de vulnerabilidade. Sua presença na Conferência reafirma o compromisso de levar à mesa de negociações quem sempre esteve à margem das decisões.
Por Jornalista Poio Estavski
