Como ocorre todo o ano nesta época, a região recebe muitos pinguins de Magalhães. O pesquisador Júlio Cardosos, do Projeto Baleia à Vista, recentemente, avistou mais de 20 nadando na costa de Ilhabela.
Nesta segunda(22) e terça(23) sete pinguins apareceram mortos em Maresias, na costa sul de São Sebastião. Segundo consta, alguns morreram pelo cansaço e outros, por se prenderem as redes de pesca em busca de alimentos. Os animais mortos e debilitados foram recolhidos pelo Instituto Argonautas.
A tendência é que os animais apreçam em grande número por aqui, até o início de setembro. Os pinguins, após uma longa viagem aparecem por aqui cansados, com fome e alguns precisando de ajuda.
O Instituto Argonautas está fazendo uma campanha para orientar as pessoas sobre como proceder em caso de avistagem de pinguins.
Se o animal for encontrado na água, evite a aproximação. Se estiver fora da água e debilitado, recomenda-se que com a mão direita segure o animal pela cabeça e com a mão esquerda apoie a sua barriga, cuidado com o bico, mantenha afastado.
O animal pode ser colocado dentro de uma caixa de papelão ou envolto em uma toalha. Jamais coloque gelo sobre o animal. Confira as dicas abaixo:
Patagônia
Os pinguins-de-magalhães, vindos da Patagônia, estão chegando no Litoral Norte. Segundo o instituto, o trajeto de deslocamento dos pinguins, da Patagônia ao Brasil, anualmente é realizado através da corrente das Malvinas que ocorre em nossa costa durante o inverno e que tem abundância de alimento. Normalmente, os animais tendem a retornar para a Patagônia no início da primavera, auxiliados pela corrente do Brasil (corrente quente).
Reabilitação
Um animal foi resgatado em Ilhabela, estabilizado na Unidade de Estabilização em São Sebastião e transferido para base do Instituto Argonauta em Ubatuba.
Ele passa por cuidados especiais no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) desde o último dia 16 de junho, na base do Instituto Argonauta no bairro Perequê-Açu em Ubatuba/SP, o primeiro Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) da temporada de 2020 no Litoral Norte.
O animal foi resgatado pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta no dia 9 de junho, na praia do Itaguaçu em Ilhabela, litoral norte paulista. Ele apresentava sinais de cansaço e estava desidratado.
O pinguim recebeu os primeiros cuidados na Unidade de Estabilização do Argonauta em São Sebastião, e depois de estabilizado, foi transferido para o CRD, onde permanecerá em reabilitação até que esteja apto e saudável para ser futuramente solto no mar.
O aparecimento de pinguins na costa brasileira é bastante comum, pois todos os anos esses animais se lançam ao mar em busca de alimento, mas alguns acabam se perdendo do grupo e são encontrados em nossas praias. Muitos chegam debilitados e, por isso, são resgatados e reabilitados.
Esses animais migram, principalmente no inverno, das regiões patagônicas e Ilhas Malvinas onde existem as colônias de reprodução. Ao contrário do que muitos imaginam, os Pinguins-de-Magalhães não são polares e, por isso, não estão adaptados a baixas temperaturas. Por isso, caso você encontre um pinguim na praia, a orientação dos técnicos é para colocá-lo em um lugar seco (como por exemplo uma caixa de papelão), envolto em uma toalha ou jornal para mantê-lo aquecido, e esperar o resgate especializado chegar – atentando-se para não levar bicadas, principalmente nos olhos.
O Instituto Argonauta reabilita pinguins desde o ano de 98 em continuidade ao trabalho realizado pelo Aquário de Ubatuba desde 1996, tendo resgatado diversos Pinguins-de-Magalhães nos anos em que os mesmos tiveram presentes nas nossas costas.