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Justiça condena adolescente a três anos de internação pela morte de Tcheller

Tamoios News

O adolescente de 17 anos apreendido pela Polícia Civil de Ubatuba no dia 28 de dezembro de 2021, suspeito de envolvimento no homicídio do influenciador digital Fabricio Tcheller Costa Santos, foi condenado a três anos de internação na Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA). 

Por ser um infrator menor de 18 anos, a Justiça aplicou ao jovem a medida socioeducativa de privação da liberdade por três anos. Esse é o período máximo que pode durar a internação, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Já há um indivíduo preso e há outro suspeito forte, a investigação está bem avançada”, comentou o delegado Ricardo Mamede.  

Relembre o caso

Fabrício Tcheller, 32 anos, era responsável pela página Tcheller Notícias. Ele chegou a se lançar candidato a vereador de Ubatuba nas últimas eleições pelo PMN, mas antes do pleito comunicou seus seguidores que havia desistido da disputa. Mesmo assim, segundo o site do TSE, “Tcheller Notícias” (como constava na urna) chegou a receber 14 votos. Ainda segundo o site do Tribunal, a situação de sua candidatura consta como “indeferida”, por problemas com sua filiação partidária. Tcheller chegou a estar filiado em três partidos em menos de quatro dias em abril de 2020, cancelando as filiações posteriormente.

Segundo informações do boletim de ocorrência, Fabricio Tcheller morreu carbonizado, na madrugada do dia 22 de dezembro, após um incêndio em sua residência no bairro Lázaro, em Ubatuba. 

Policiais civis receberam informações sobre um homicídio e foram até o local verificar. No endereço, os agentes encontraram policiais militares e equipes de perícia, e conversaram com pessoas que estavam nas proximidades do local.

Uma das pessoas ouvidas pelos policiais civis relatou que ouviu Tcheller chegar ao imóvel onde morava, por volta da meia-noite, e estacionar sua motocicleta na garagem, como de costume. Outra testemunha disse aos policiais que acordou por volta das 4h30, após ouvir gemidos, mas não conseguiu identificar de onde vinha o barulho. Segundo essa testemunha, o som era abafado, como se a pessoa estivesse com algo na boca.

Depois de 10 minutos, uma moradora do bairro notou que havia um incêndio. Ela teria entrado no imóvel e visto uma grande quantidade de fumaça saindo do local, bem como alguém na cama, a qual estava imersa nas labaredas. Ainda segundo o BO, ela disse ter tentado apagar as chamas com uma mangueira, mas não conseguiu.

O Corpo de Bombeiros foi chamado ao local e conseguiu extinguir o fogo. Durante os trabalhos policiais, foi verificado que a porta não estava arrombada, embora o miolo da fechadura estivesse danificado. Um amigo da vítima disse que o rapaz fechava a porta usando uma chave de fenda.

O corpo de Tcheller foi encontrado parcialmente carbonizado, na cama. Um celular, também carbonizado, foi localizado ao lado do corpo.

De acordo com uma das pessoas ouvidas pela polícia, na mesma hora em que ela  sentiu o cheiro da fumaça, o alarme da residência disparou. O local possuía uma câmera de vigilância no lado externo, mas esta não estava funcionando.

Após os trabalhos periciais no local, o corpo foi encaminhado ao IML para necropsia e identificação. Os fatos foram registrados como homicídio qualificado na Delegacia de Ubatuba, que instaurou inquérito policial para investigar o caso.