Nova licitação para conclusão da construção do Hospital da Costa Sul do município, atraiu 18 empresas, segundo informou a Prefeitura de São Sebastião.
Na manhã de segunda (27), aconteceu a abertura da licitação na Secretaria Municipal de Obras (SEO), onde as licitantes apresentaram propostas, que serão analisados e depois publicados os resultados conforme Lei 8666 – Lei de Licitações
Após a apresentação dos envelopes, o próximo passo é a análise da documentação das empresas, em que se verificará se estão habilitadas para o processo, por meio da Comissão de Licitações.
A Administração Municipal estima que a conclusão da licitação deve ocorrer no início do 2° semestre, com as obras começando ainda este ano.
Licitação
Em abril, por determinação do TCE(Tribunal de Contas do Estado), a Prefeitura de São Sebastião foi obrigada a suspender a licitação para a contratação da empresa responsável pela finalização da construção do Hospital de Boiçucanga, na Costa Sul do município.
A informação foi confirmada pelo prefeito Felipe Augusto. Segundo ele, o TCE suspendeu o procedimento para analisar o processo. O prefeito Felipe Augusto adiantou, na ocasião, que a prefeitura iria recorrer e que esperava resolver o impasse o mais rápido possível.
“Temos pressa de concluir as obras do hospital. Cerca de 40% da população que mora na costa sul busca atendimento no hospital do centro. Queremos agilizar as obras para garantir um atendimento mais rápido e melhor aos moradores desses bairros”, comentou o prefeito, em abril,logo após a decisão do TCE.
De acordo com as informações, o TCE teria acatado uma representação feita pela empresa Urba Engenharia e Design Para Cidades Ltda. Esta empresa tem sede no município de Indaiatuba(SP).
Segundo consta, a empresa teria sido desclassificada do processo licitatório promovido pela prefeitura, por não atender os requisitos do edital do certame.
Não conseguimos contato com a empresa Urba Engenharia para saber seu questionamento sobre a licitação, na ocasião.
Entenda
A Prefeitura de São Sebastião vai retomar a obra do Hospital de Boiçucanga, de média e alta complexidade. Um edital para contratação de empresa especializada em serviços de engenharia, que deverá realizar a reforma e o término do hospital, já foi lançado. De acordo com a Secretaria de Obras, seguindo o processo licitatório, a obra deve ser entregue no primeiro semestre de 2020. A despesa é estimada em cerca de R$ 11 milhões, por meio de recurso previsto no orçamento de 2019.
A obra prevê reforma e ampliação do ambulatório com infraestrutura; supraestrutura; área do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); paredes e painéis; esquadrias; coberturas e proteções; revestimentos de paredes, forros e pisos externos; pavimentação externa; instalações elétricas; aparelhos metais e sanitários; instalações ordinárias e mecânicas, como elevadores; pintura; e limpeza.
Superfaturamento
Considerado um dos grandes projetos para a Costa Sul do município, o Hospital de Boiçucanga está sendo construído desde 2012 quando a cidade ainda era comandada pela antiga gestão.
A obra é fruto de investigação, e passou por uma perícia judicial que analisou o contrato referente aos serviços remanescentes de construção assinado no final de 2015 com a proposta da retomada das obras – que, na época, estaria paralisada há pelo menos três anos.
Naquela ocasião o antigo gestor chegou a divulgar que havia reservado um montante de R$ 9,2 milhões para a conclusão das obras, incluindo a estimativa de entrega oficial da unidade para o final de 2016.
Logo que assumiu, o prefeito Felipe Augusto decidiu fazer a solicitação de perícia judicial para que a justiça avaliasse os contratos das obras que estavam em andamento, foram paralisadas e abandonadas pela empresa Volpi, detentora de pelo menos oito contratos de grandes obras executadas na cidade até então.
Da análise contratual o perito judicial constatou que, no caso específico do hospital, do contrato administrativo foram pagas 15 medições – cinco delas, inclusive, feitas com o documento já vencido. Além disso, houve um termo aditivo, assinado em novembro de 2016, contemplando apenas o acréscimo de R$ 1,3 milhão no valor final do contrato.
De acordo com o perito, a maior parte dos serviços pagos não foi executada e a soma dos valores referentes aos trabalhos efetivamente desenvolvidos pela empreiteira é de aproximadamente R$ 1,9 milhão.
No entanto, foram pagos R$ 10,7 milhões por estes mesmos serviços, ou seja, somente neste contrato houve um superfaturamento de 8,8 milhões de reais. Diante dos fatos, a Administração Municipal entrou com ações de improbidade administrativa e ressarcimento ao erário público.
Tomara que desta vez esta novela siga sem parar até o seu término porque a Costa Sul precisa muito deste hospital que também irá ajudar a desafogar a Santa Casa no centro da cidade.
E espero que a Justiça puna com rigor todos os responsáveis pelas irregularidades financeiras apontadas pelo TCE nessa obra.