Economia

Litoral Norte Registra Aumento na Procura por Locações Residenciais

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Locações têm superado as vendas e o mercado imobiliário tenta se adaptar ao cenário de crise

Por Marcello Veríssimo

Elas estão ganhando cada vez mais espaço na paisagem do Estado de São Paulo e também do Litoral Norte. As placas de aluguel de imóveis são cada vez mais perceptíveis na região.

O “boom” demográfico ocasionado pelas obras de ampliação do Porto de São Sebastião, Rodovia dos Tamoios e da Estrada do Contorno trouxe – e deve continuar trazendo – muita gente para cá. É no que aposta o corretor e proprietário de imobiliária em Caraguatatuba, Elias Piatti, 46. “A procura aumentou com a obra do contorno, se ela não for parada continuaremos com maior número de locação do que venda. Uma ‘maré contraria’ à do estado”, afirma Elias. “Só vende mesmo, por exemplo, quem está saindo do imóvel para outra cidade ou outra casa”.

De acordo com dados da última pesquisa do Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis), feita em maio deste ano, o mercado de locação residencial foi negativo em três das quatro regiões pesquisadas. Porém, no litoral, incluindo a Baixada Santista, o número de novas locações residenciais foi 13,25% superior ao do mês de abril do ano passado. A pesquisa também aponta aumento no número de contratos de locação cancelados, na faixa de 61,54%. A amostragem foi realizada em 37 cidades paulistas, com mais de 1.100 imobiliárias.

Alugueis de até mil reais, descontos e localização são alguns dos motivos principais listados pelos inquilinos antes de concluir os contratos de novas locações residenciais, que subiram em abril no litoral norte conforme mostram os dados do Creci. Ainda de acordo com a pesquisa, a maior parte dos novos locatários (58,18%) continua preferindo o fiador como garantia na hora de fechar o contrato; depois vêm o depósito de três meses do valor do aluguel (19, 33%), o seguro fiança (12,78%) e a caução de imóveis (6,88%), respectivamente.

Amor e Luta em família – A funcionária pública Maristela Silva, que trabalha em São Sebastião mas mora em Caraguatatuba, conseguiu financiar sua casa própria onde vive atualmente com os 3 filhos. “Meu pai veio construir uma casa, ele era pedreiro, viemos conhecer o lugar e acabamos ficando. Morávamos em São José, de aluguel, e conseguimos comprar um terreno na praia”, contou.

Ela recorda com afeto, mas sem esquecer o esforço da mudança para Caraguatatuba. “Era outro tempo, outra época”, acrescentou comparando com o momento da política econômica atual do país. Chegaram antes do fim da década de 80, em 1987: os pais, a pequena Maristela, então com 7 anos, e três irmãos.

Quase 30 anos depois, Maristela, já adulta, venceu as dificuldades impostas pelo caminho sempre ao lado dos pais. “Meu pai comprou o terreno em um bairro simples. Escritura de posse, na época meio lote, financiado direto com o proprietário”. Antes de comprar a casa própria, Maristela comprou e vendeu terrenos como uma forma de juntar dinheiro e poder dar a entrada no financiamento direto com a construtora. “Ter um lugar para morar, sair do aluguel, é o sonho de muita gente. Realizei esse sonho”, disse, feliz.

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Mercado se adapta

O corretor Dogmar Lobato, 43, disse que, por causa da crise econômica no país, as grandes construtoras, que vendem imóveis diretamente na planta para os clientes, também tiveram de se adaptar.

No litoral norte, o metro quadrado mais valorizado atualmente fica no bairro Praia Grande, em Ubatuba, uma das mais procuradas pelos turistas, onde o metro quadrado gira em torno de R$ 5 mil.

Também em Ubatuba, segundo Lobato, um dos próximos lançamentos da temporada, na Praia das Toninhas, estará valendo aproximadamente R$4,6 mil o metro quadrado. “Hoje, em razão das mudanças na economia, diminuição do crédito, os compradores estão negociando mais, sim”, completa o corretor, que realiza negociações imobiliárias em Taubaté, Ubatuba, Caçapava, Cruzeiro e Guaratinguetá.

A delegada regional do Creci em Caraguatatuba, Maria Herbene de Moraes, disse que na região a procura por imóveis para locação se manteve na média, mesmo com a crise econômica. “Sempre temos procura por locação. Talvez pela crise, as pessoas estejam pensando mais em alugar do que comprar”, ressaltou.

Em São Sebastião, a sensação perceptível aos corretores nos últimos dois meses, na região central, é semelhante. A procura existe, mas com leve baixa depois que algumas empresas deixaram o município, é o que afirmam. Fabiane Leite, há 19 anos no mercado, concorda com a delegada do Creci em Caraguatatuba. “Procura por casa sempre existe, independentemente da crise”, acredita.

 

Quem também está alugando mais do que vendendo são imobiliárias na região do Bairro São Francisco. “A demanda aqui é muito grande para diferentes bairros da cidade. De 10 contratos fechados na semana, 9 são de locação”, explicou Maria Josefina, funcionária de uma delas.

Em algumas ruas, principalmente no Centro da cidade, estão disponíveis diversas opções no estilo quarto, cozinha, área de serviço, banheiro e vaga compartilhada na garagem, na faixa de R$ 750.

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