O livro do escritor austríaco Stefan Zweig, “Américo Vespúcio- A história de um erro histórico”, que teve tradução e organização do jornalista José Américo Câmera, de São Sebastião e apresentações dos jornalistas Henrique Veltman e Priscila Siqueira, ambos radicados na cidade, será lançado no próximo dia 17, na Casa Brasileira, em São Sebastião.
O autor Stefan Zweig é considerado um dos maiores autores de todos os tempos. Pacifista que deixou clara sua posição contra o regime nazista e contra o stalinismo, tem mais de 40 livros publicados e traduzidos no mundo inteiro. Esse renome internacional infelizmente não ecoa no Brasil, exatamente o pais que escolheu para seu exílio. Em 1942, ele e sua mulher Lott se suicidaram, na casa onde moravam, em Petrópolis (RJ).
O livro ganha agora a sua primeira versão em português com tradução e organização de Câmera, jornalista que vive há 20 anos na praia de Guaecá, na costa sul sebastianense. “América Vespúcio- A historia de um erro histórico” foi lançado em português pela editora Labrador. O lançamento na capital paulista ocorreu no dia 12, às 19 horas, na Livraria Cultura, na avenida Paulista.

Jornalista José Américo Câmera, que vive em Guaecá, traduziu e organizou o livro
Por que o nome da América é América? Por que homenagear Américo Vespúcio se não foi ele o primeiro a pisar em solo do Novo Mundo, ou muito menos era considerado o grande navegador da época?
Para o escritor austríaco Stefan Zweig, no livro “Américo Vespúcio- A história de um erro histórico” (tradução e organização do jornalista José Américo Câmera – lançamento da editora Labrador) uma série de coincidências levaram a este nome. Algumas delas absurdas, outras com certa procedência, tais como uma raríssima obra de apenas 32 páginas, “Mundus Novus”, assinada por Vespúcio. Nela havia referência às terras recém descobertas. O pequeno livreto serviu de guia aos eruditos da época, em diversas partes do mundo. O tempo se encarregaria do resto. Passou a ser “A carta de Américo Vespúcio”, depois “A carta de Américo”, “O continente de Américo”, e daí para “América” foi um pulo.
“Colombo descobriu a América, mas não avaliou a descoberta. Vespúcio não a descobriu, mas foi o primeiro a reconhecê-la como novo continente”. Assim, Stefan Zweig entendia que o nome justo para o Novo Mundo deveria homenagear o descobridor, Cristovão Colombo. Mas, quem melhor tem capacidade para tornar o feito conhecido acaba por ganhar a fama. E esse foi o caso de Américo Vespúcio, um navegador-divulgador, segundo Alberto Dines, na biografia do escritor.
Outros autores não tiveram a mesma condescendência de Zweig. Alguns carregam nas tintas e não se inibem ao chamar Américo Vespúcio de um verdadeiro impostor. A verdade é que, ao contrário de outros navegadores, Vespúcio vinha de família que tinha acesso à corte de Florença, na Itália. Era homem letrado com conhecimentos de geografia, astronomia e cosmografia. Obteve boa educação, vivendo na França e na Espanha.
Em resumo, uma figura controversa. As polêmicas em torno de seu nome chegam a ultrapassar os mares. E aportam até nós, quando de sua passagem pela costa do Brasil, de São Paulo e da região conhecida como São Sebastião, assim denominada pelo florentino Américo Vespúcio, que viveu entre 1454 e 1512.
Serviço:
Lançamento:
– São Paulo/SP – 12/12/2019 – 19h – Livraria Cultura, Conjunto Nacional, Avenida Paulista
– São Sebastião/SP – 17/12/2019 – 19h – Casa Brasileira, Av. Dr. Altino Arantes, 80 – Rua da Praia