Caraguatatuba

Mães de Caraguá fazem caminhada pela conscientização do autismo

Tamoios News
Foto: Divulgação

Evento será neste domingo (9), a partir das 9h, na praia do Centro

Por Josiane Bittencourt, de Caraguatatuba

O grupo de mães de autistas de Caraguatatuba promove neste domingo (9) uma caminhada pela conscientização do autismo na região. O evento, que é aberto ao público, terá concentração a partir das 9h em frente ao quiosque Guaruçá, na Avenida da Praia. A organização do evento pede aos participantes para que vistam roupas azuis.

Do ponto de encontro, o grupo deve seguir pelas ruas da região central da cidade para chamar a atenção da população sobre a importância do tratamento adequado e da expansão do conhecimento sobre os sintomas e tratamentos para os indivíduos com o chamado Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Com o tema “Conhecimento combate o preconceito” esta é a primeira caminhada realizada pelo grupo de mães, que atualmente conta com 50 pessoas que se uniram por encontrar dificuldades no acesso a terapias e inclusão escolar conforme a lei de inclusão.

Mãe de uma menina de oito anos que teve o diagnóstico de autismo aos quatro, Elícia Andrade é uma das integrantes do grupo e está à frente da organização da caminhada. Para ela, ainda há uma dificuldade muito grande de se encontrar profissionais especializados para o atendimento do TEA. “Na rede existem alguns trabalhos, mas, o mais difícil são profissionais especializados, capazes de diagnosticar e fazer intervenções necessárias para um bom desenvolvimento das crianças autistas”, explica.

Elícia conta que quando a filha tinha quatro anos, a escola que frequentava percebeu certo atraso e pediu para ela levá-la em um psicólogo. “Na época, conversei com alguns profissionais que não eram especializados em psicologia infantil. Encarei como mimo e indisciplina. Ela acabou sendo transferida para outra escola, que a tratou muito mal. Depois disso, busquei um psicólogo especializado, que me deu a hipótese de autismo (Asperger) e depois levei para uma neurologista, que fechou o diagnóstico”, lembra.

Segundo informou, a menina atualmente faz terapias e houve uma grande melhora no desenvolvimento da criança. “Hoje ela faz terapias na Acalento, mas particular, não na filantropia, que acaba tendo uma fila de espera muito grande e, como eu já disse, existem poucos profissionais especializados para este tipo de atendimento”, frisou.

Diante de todas estas dificuldades que o grupo criou uma página no facebook “Grupo de Mães de Autistas de Caraguatatuba”, com o objetivo de trocar experiências e fazer esclarecimentos em relação à doença que atualmente afeta uma em cada 50 crianças, de acordo com dados divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e que serve como base estatística para outros países do mundo como, por exemplo, o Brasil.

O que é?

De acordo com a publicação Retratos do Autismo no Brasil, a doença foi descrita pela primeira vez em 1943, nos Estados Unidos, pelo médico austríaco Leo Kanner. Em 1944, Hans Asperger, também médico austríaco, descreveu na Áustria os sintomas de autismo de maneira muito semelhante à de Kanner, mesmo sem ter havido nenhum contato entre eles.

Os sinais do autismo podem ser observados pelos pais entre os 2 e 3 anos de idade, pois a criança autista tem características muito específicas.

Sintomas

1) ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;

2) o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;

3) domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite aos portadores levar vida próxima do normal.

Na adolescência e vida adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que favoreceram sua adaptação e auto-suficiência.

Deixe um Comentário