A World Surf League (WSL) reuniu atletas, mamães de primeira viagem, e também as mães de alguns campeões para falar sobre o amor maior do mundo nesse Dia das Mães. Nós, do Tamoios News, decidimos focar a matéria em Simone Medina e Mari Toledo, as mães das feras Gabriel Medina, de São Sebastião e Filipe Toledo, de Ubatuba, dois dos maiores nomes do surfe mundial na atualidade.
Medina, natural de Maresias, é bi-campeão mundial, vencedor dos títulos de 2014 e 2018, será um dos representantes do Brasil nas olimpíadas de Tóquio. Medina passa quarentena em Maresias, ajudando a mãe Simone num projeto assistencial que já beneficiou cerca de 2.000 famílias nos bairros da costa sul durante a pandemia de coronavírus.
Filipinho, nascido em Ubatuba, residindo atualmente em San Clemente, na Califórnia, foi o quarto colocado no mundial de 2019. O surfista também participa de ações sociais, há pelo menos cinco anos, ajuda o projeto Projeto Namaskar, entidade social que atende crianças e jovens do bairro da Sesmaria, em Ubatuba. Os dois devem brigar pelo título de 2020.
As mães
Simone Medina conta que fica preocupada, quando nas competições, as ondas estão muito grandes e vive sonhando com o tri-campeonato do filho. Mari Toledo disse que morre de medo do mar, mas que não vê a hora de Filipinho conquistar seu primeiro título mundial. Confira o depoimento das mães dos surfistas Medina e Filipinho Toledo:
Simone Medina, de Maresias/São Sebastião (mãe de Gabriel Medina):

Simone e Medina. Foto: Reprodução Instagram
“No começo não foi fácil, o primeiro ano do Gabriel no WCT (2011), em Pipeline, fiquei sem dormir, pedia a Deus para o mar baixar e baixou tanto que ficaram adiando as provas. Até que Gabriel pediu para que eu parasse com aquilo, senão não haveria campeonato. E, a partir daí, entendi que o que o deixava feliz era o mar grande e onda grande. Ver um filho realizando um sonho é demais, porque o sonho dele passa a ser o seu, é uma vida inteira projetando o futuro dos nossos filhos. Quando vi Gabriel sendo pela primeira vez campeão do mundo foi mágico, como se ele tivesse nascido de novo. Cada título foi de um jeito, com emoções diferentes, um momento único. Já estou me preparando para quando esse tri chegar. Com a Sofia (outra de seus filhos, de 14 anos, também surfista) vivencio um outro círculo da vida, pois minha insegurança não é tão grande hoje. Lógico que me preocupo em lugares com risco de tubarão, por exemplo, mas evito passar esse tipo de medo para eles. Fico feliz em vê-los correndo para o mar, pois a felicidade deles é mais importante do que qualquer circunstância”.
Mari Toledo, de San Clemente/Califórnia – EUA (mãe de Filipe Toledo)

Mari Toledo com o marido Ricardinho e os filhos
“Morro de medo do mar e a vida inteira precisei lidar com isso vendo o Ricardinho (marido e ex-surfista) colocando as crianças na água desde cedo. Mas sempre confiei muito em Deus e meus filhos sabem os seus limites. Tenho quatro filhos (Matheus de 29 anos, Filipe de 25, Davi de 21 e Sofia de 19) e todos surfam, mas atualmente apenas Filipe compete profissionalmente. A sensação de medo aumenta quando vejo Filipe numa onda com fundo de corais ou em ondas muito fortes, pois, dependendo como cai, me preocupo. Coração de mãe é assim mesmo e ele faz muito bem o seu papel. Ainda vou sentir a emoção de ver meu filho sendo campeão mundial. Quanto ao DNA da família, acredito que meus netos (Mahina e Koa –filhos de Filipinho) vão seguir o mesmo caminho do pai e do avô, principalmente o Koa, que é super atirado e vai ser um grande surfista também”. Com WSL.