Meio Ambiente

Mangue da baía do Araçá é alvo de mutirão de limpeza

Tamoios News

Mangue da baía do Araçá é alvo de mutirão de limpeza

 

No Início desta semana, a Seadre (Secretaria das Administrações Regionais), em parceria com a Semam (Secretaria de Meio Ambiente) de São Sebastião realizou no um mutirão de limpeza na baía do Araçá, na região central da cidade.

A ação foi supervisionada pela chefe da Divisão de Agricultura e Abastecimento da Semam, a bióloga Cintia Castro de Freitas, que também sensibilizou a comunidade do entorno sobre os problemas causados pelo descarte inadequado de resíduos sólidos na área costeira e os possíveis criadouros do mosquito da dengue.

De acordo com a bióloga, o manguezal é definido como um “ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime das marés”. Em sua opinião, a conservação dos manguezais, reveste-se de importância social por serem considerados berçários para os recursos pesqueiros, sustentando direta ou indiretamente mais de 1 milhão de pessoas. “A ocupação desordenada ao longo da costa brasileira vem causando perda e fragmentação deste habitat, pela conversão destas áreas em aquicultura, ocupações humanas e áreas destinadas ao turismo. Na última década, essa ocupação desordenada vem sendo alvo de sucessivas denúncias encaminhadas ao Poder Público, incluindo o MMA (Ministério do Meio Ambiente)”, explicou. “Em regiões de manguezais, essa atividade ocasiona não só degradação ambiental, mas também grandes perdas sociais e econômicas”, frisou.

Legislação

No Brasil, a Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965 estabelece o manguezal como APP (Área de Preservação Permanente), e a Resolução Conama 369/2006 estabelece que as áreas de mangue não podem sofrer supressão de sua vegetação ou qualquer tipo de intervenção, salvo em casos de utilidade pública. “Mesmo assim, o manguezal é o ecossistema brasileiro mais ameaçado. Estimativas indicam que aproximadamente 25% dos manguezais brasileiros já tenham sido destruídos, portanto, torna-se imprescindível
sua manutenção”, observou. “Derramamentos de petróleo, lixo além dos aterros e desmatamentos, queimadas, lançamentos de efluentes industriais, dragagens, construção de marinas e pesca predatória são grandes inimigos desse ambiente e contribuem com sua degradação”, salientou a bióloga.

Ela ainda destacou a importância de não confundir mangue com manguezal. “Mangue é o tipo de vegetação predominante nos manguezais”, definiu. “Ações de mutirão de limpeza são sempre sócio-educativas e ambientais, pois as comunidades que moram no entorno, ao assistirem à limpeza, recebem orientação sobre os problemas causados pelo descarte inadequado de resíduos sólidos na área costeira e seus impactos no ambiente marinho e quanto a atual situação de epidemia de dengue na região”, acrescentou. “Existe
muita vida no Araçá, a exemplo das “tamburutacas”, um tipo de crustáceo pouco conhecido consumido por alguns caiçaras e das garças, também sempre presentes, indicando presença de alimento ali. Ambas foram vistas pelas equipes durante o mutirão”, recordou Cintia Freitas.

A preocupação da bióloga consiste no movimento das marés “Com elas (marés) é grande a quantidade de resíduos deixados no manguezal e a falta de consciência ambiental de alguns moradores torna esse ambiente um local de depósito”, declarou. “Esse trabalho (mutirão) deve ser repetido sempre que possível, envolvendo voluntários, parcerias com escolas, associações e sociedade em geral, o que contribuirá na preservação do meio ambiente e em uma melhor qualidade de vida da população”, frisou.

Segundo a bióloga, quando se promove uma ação sócio-pedagógica, consegue-se sensibilizar parte da população no sentido de conhecer o manguezal e entender sua importância para o equilíbrio ambiental, os animais que ali vivem e que são utilizados na alimentação, a influência no movimento das marés e o papel determinante na reprodução e alimentação de peixes, aves, moluscos e crustáceos. “Entendendo essa importância, a comunidade sente a necessidade de preservá-lo”, falou, acrescentando ser o processo de conscientização, um processo muito longo de sensibilização. “Todas as ações, realizadas conjuntamente, são sempre positivas. Aos poucos, as pessoas passam a compreender sobre as mudanças que isso pode trazer para a vida de todos a médio e longo prazo, melhorando também suas atitudes”, concluiu Cintia Freitas.

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