São Sebastião

Manifesto de repúdio à violência contra a mulher será realizado nesta sexta (8) em São Sebastião

Tamoios News
Divulgação

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Objetivo é mobilizar população para problema e conscientizar sobre a importância do combate

Por Ricardo Hiar, de São Sebastião

 

Um manifesto que acontece nesta sexta-feira (8), em São Sebastião, fará repúdio à violência contra a mulher. Os manifestantes vão se reunir na Praça do Coreto, no centro histórico, a partir das 16h e percorrerão vias da região. Eles caminharão de preto, com cartazes e apitos para fazer um alerta à população sobre a importância de combater esse tipo de violência, que vem crescendo e ainda fazendo muitas vítimas diariamente.

De acordo com Beth Chagas, uma das integrantes do manifesto, a ideia é chamar a atenção da população e mostrar que tem gente preocupado co a questão da violência contra a mulher. “Queremos levar a mensagem para as pessoas de que, se não nos mobilizarmos, esse problema nunca vai acabar”, afirmou ela, que é presidente da AAMS (Associação de Amparo à Mulher Sebastianense).

A ação também conta com o apoio e organização do Conselho Municipal da Condição Feminina e da Comissão da Mulher Advogada. Beth conta que assim como em outras regiões do país, as dificuldades encontradas pelas mulheres por conta da violência são inúmeras em São Sebastião. Ela destaca que o número de vítimas desse tipo de crime também é grande. Ela lembra, por exemplo, casos recentes de violência que resultaram na morte de quatro mulheres na região.

A representante da associação, que visa dar apoio às mulheres, principalmente nos casos de violência, comenta ainda sobre um fato de repercussão nacional, que foi a denúncia feita pela modelo e atriz Luiza Brunet. “Esse caso mostra que a violência contra a mulher não é um problema de gente pobre, que bebe, se droga. É um problema cultural. A sociedade machista ensina que o homem é dono da mulher e que ela é um ser de segunda categoria”, completou.

Para Beth Chagas, enquanto não houver a conscientização e a mudança de atitudes, esse quadro não vai mudar. “É um processo lento de desconstrução. Por isso vamos fazer esse manifesto em São Sebastião. Queremos levantar as discussões e chamar a atenção para que cada pessoa possa rever suas atitudes”, explicou.

Segurança pública

Uma preocupação da associação, e que segundo Beth Chagas não é uma exclusividade de São Sebastião, é a forma como o sistema de segurança tem oferecido apoio às mulheres vítimas de violência. “O Estado está muito precário nesse sentido. Não tem pessoal para trabalhar nas delegacias das mulheres. Em São Sebastião, por exemplo, uma guarda municipal tem dado apoio nessa questão e o delegado Odair Bruzos que realiza o atendimento, mas não é suficiente. Precisamos de um apoio maior”, afirmou.

Segundo a presidente a AAMS, esses problemas são um “desastre” para as ações realizadas por diversas instituições na defesa da mulher. Ela diz que quando algum represente de associação ou conselho acompanha as mulheres para o registro das denúncias e fica atenta no andamento do processo no judiciário, é mais fácil as coisas caminhem, porém, quando as mulheres buscam esses recursos sozinhas, acabam enfrentando muitos desafios.

“Existe muita dificuldade para realizar a denúncia, ou para conseguir o direito das ações protetivas. O Estado precisa agir também, senão tudo que é previsto pela própria lei, não terá como ser cumprido”, finalizou.

A reportagem do Tamoios News entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública, mas não obteve retorno até o fechamento.

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