Especial Saúde

Medicina na alma: paixão pelo que faz e amor pela vida

Tamoios News
Foto: Divulgação. Daniela prepara materiais para anestesia

Conheça a história de uma médica e o sonho de uma aluna de se tornar uma profissional

 

Por Ivânio de Abreu

Nesta quarta-feira (18) é comemorado em alguns países o Dia do Médico. Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia e Inglaterra, assim como o Brasil reserva o dia de hoje para homenagear a pessoa que se dedica a cuidar dos outros. Por isso, o portal Tamoios News traz os desafios no cotidiano de uma profissional, e o sonho de uma estudante em se tornar médica.

Sempre corrida, a vida de um médico se divide entre plantões, consultórios, chamadas de urgência e emergência. O tempo é contado entre os cuidados com a Saúde no trabalho, e a família. E não poderia ser diferente no caso de Daniela Santos Medeiros da Silva, 42 anos.

Daniela é médica anestesiologista com área de atuação em dor. Formação de seis anos, seguida de três anos de residência médica e depois mais um ano de especialização em dor. Além da defesa de mestrado em anestesiologia. Formada na Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista – UNESP, em 1998. Já são 19 anos de atuação.

De acordo com ela, a profissão é gratificante, uma vez que a missão primordial é aliviar o sofrimento humano. “Mas as dificuldades encontradas, às vezes, nos deixam frustrados”, desabafa.

São dificuldades que vão desde a falta de recursos para auxiliar no diagnóstico e tratamento das diferentes doenças; a falta de boa comunicação entre os profissionais de saúde, pacientes e familiares, até a realidade atual governamental que insiste em culpar o médico pela decadência no atendimento, ao invés de investir em melhorias nas condições de trabalho.

Desafios são constantes, como em qualquer outra área de atuação. “O principal desafio, em minha opinião, é conseguir oferecer uma boa medicina, humanizada, com segurança e qualidade no atendimento e nas condutas médicas”, diz Daniela.

Ela considera que os investimentos na área da saúde pública por parte do Governo Federal estão longe das reais necessidades básicas. Algumas cidades, em estado de calamidade.

“Postos de saúde e hospitais sem materiais básicos, sem medicamentos, sem estrutura física adequada. Contando apenas, quando existente, com a boa vontade da equipe de saúde, acarretando nesse quadro de descontentamento geral em relação à saúde pública”, analisa a médica.

A médica fala da escolha de São Sebastião para viver e trabalhar pela qualidade dos profissionais que aqui vivem

Segundo Daniela, lidar com a pressão é a parte mais difícil. “O médico já sofre a pressão inerente à profissão no seu dia-a-dia. Além disso, atualmente, ele tem que lidar com outro tipo de pressão, que é aquela vinda das mídias sociais, dos gestores da saúde, e da população que clama por melhores atendimentos”.

“Não excluo a parcela de contribuição pelo descontentamento no atendimento à saúde, da classe médica, pois infelizmente existem maus profissionais, com formação acadêmica ruim, e que infelizmente deixam de lado o juramento feito de sempre colocar a necessidade do paciente em primeiro lugar”, acrescenta a médica.

Para ela, há em qualquer profissão a necessidade de atualização. Para os profissionais de saúde, mesmo após anos de estudo também é constante essa obrigação. “Essa necessidade existe. A medicina, assim como a tecnologia, evolui a cada dia. Novos medicamentos, novas técnicas diagnósticas e terapêuticas, novos protocolos baseado em evidências clínicas, caminhando sempre para o minimamente invasivo, estão surgindo diariamente”, explica Daniela.

”Sendo assim, o bom médico tem que se manter atualizado sempre. A participação em cursos de atualização e congressos médicos é fundamental”, afirma a anestesiologista.

Daniela deixa um recado para quem sonha em seguir a carreira, “tenho a dizer que a dedicação, o estudo e a vocação são fundamentais. Medicina é amor, talento, é cuidar do próximo, mas acima de tudo, é doação”.

Um sonho – Juliana Gomes, 18 anos, sonha em ser médica. Diz que o estudo é árduo. “Ano passado eu estudava 4h por dia [não dava pra estudar muito por causa da escola]. Esse ano, eu estudo de 8 a 10h”, afirma a estudante.

“Eu sempre quis ser psiquiatra, mas estou pensando em anestesiologia. O que me motiva é a possibilidade de usar um conhecimento prévio pra melhorar a vida de uma pessoa, porque ter saúde é uma das coisas mais importantes da nossa vida e eu quero muito poder melhorar a saúde das pessoas, seja mental, seja física. E quando eu fico desanimada, vejo um vídeo da Ana Beatriz Barbosa Silva [minha psiquiatra favorita] e a animação volta rapidinho”, conta Juliana.

Juliana Gomes estuda cerca de 10 horas por dia para alcançar o sonho de ser médica

O dia 18 de outubro foi escolhido como o Dia do Médico em homenagem ao nascimento de São Lucas, o protetor dos médicos. São Lucas estudou medicina em Antioquia (atual Turquia), e foi chamado pelo apóstolo Paulo de “amado médico”. É considerado patrono dos médicos desde o século XV.

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