Depois de um ano percorrendo o mundo, perseguindo ondas e batalhando nas baterias, o título mundial de 2018 chegou a uma corrida de três homens para ser decidida no Billabong Pipe Masters, que teve início neste sábado, no Havaí e que terá sua decisão no dia 20 deste mês. O que acontece a seguir é tudo menos uma conclusão precipitada.
Frente ao ranking, Gabriel Medina está no controle da narrativa, enquanto Julian Wilson e Filipe Toledo , que estão em segundo lugar, têm a tarefa invejável de tentar pegá-lo no Pipe, um local que ele já havia vencido.
O cenário é tal que se Medina terminar em primeiro ou segundo lugar no Pipe, o título mundial de 2018 é dele. Se ele terminar em terceiro, Wilson ou Toledo precisam vencer o concurso para ganhar o título. E se Medina terminar em qualquer lugar do quinto ao 25º, Wilson ou Toledo precisarão de um primeiro ou segundo no Pipe para capturar o título.
“O bom é que dependo de mim, não dependo deles”, disse Medina na coletiva de imprensa. “Então, eu vou ficar focado no que estou fazendo, a mesma coisa que tenho feito nos últimos quatro eventos. Tem funcionado.”
Medina passou um tempo em Maresias, antes da final. Foto: Aleko Stergiou/Divulgação
Não tem havido escassez de surf no North Shore nas últimas duas semanas, dando aos três competidores uma ampla oportunidade de se reencontrar com o Pipe e testar em suas pranchas.
“Eu tenho surfado muito. No outro dia eu surfei Pipeline das 9:00 até às 5:00 da tarde, só passei o dia todo na praia”, disse Toledo. “Eu vou ficar com a família. Vou remar, pegar algumas ondas, voltar. Esse foi meu treinamento até agora.”
Todos os três surfistas notaram que estavam ansiosos para começar a reta final da corrida do Título Mundial. Já faz um mês desde o final da etapa européia, e o jogo de espera tem sido um desafio para todos eles. Curiosamente, todos eles encontraram ondas diferentes para lidar com a ansiedade.
“Eu tirei uma semana de folga, depois comecei a treinar de novo. Passei muito tempo na academia no último mês. Também tenho surfado muito”, disse Medina, que passeava em casa no Brasil.
Para Wilson, que reside na Sunshine Coast, que viveu em ondas da Austrália, encontrou consolo fora da água.
“Eu não tenho surfado muito, para ser honesto”, disse Wilson. “Uma das principais coisas que eu tenho feito foi pedalar bastante na minha bike. Isso faz com que a adrenalina chegue e me deixa um pouco confortável no ambiente em que eu vou competir no Pipe.”
Enquanto isso, Toledo tentou manter algum senso de normalidade em sua vida.
“Acabei de sair com a família, surfar e curtir a vida. Estou tentando ficar longe de todo o barulho, do que as pessoas estão falando, sem graça, apenas bloqueie tudo e viva a vida.”
Filipinho com a família no Havaí
Todos os três surfistas relataram que estavam muito felizes com o atual alvoroço de pranchas. Tanto Medina quanto Toledo disseram que são 100% saudáveis, enquanto Wilson observou que a lesão no ombro que ele sofreu em um acidente de moto antes do início da temporada continua a importuná-lo.
“Eu ainda estou fazendo reabilitação no meu ombro. Sempre precisa de trabalho”, explicou Wilson. “Mas eu sinto que é o mais forte que tem sido o ano todo. É bom ter essa confiança entrando neste evento.”
Em termos do que eles acham que precisam fazer para ganhar o título, Medina, Toledo e Wilson têm opiniões diferentes. Medina notou que ele precisa apenas se aquecer. Enquanto continuar avançando, ele ficará à frente de seus rivais e conquistará seu segundo título mundial.
Wilson, que também se viu na corrida do título mundial de 2017, está adotando uma abordagem mais pragmática.
“Antes de mais nada eu preciso respeitar a onda. Então eu preciso seguir em frente. Preciso me apoiar na minha experiência e tentar encontrar as ondas certas”, disse Wilson. “Eu sei que preciso de um ótimo resultado. Todos nós três estamos tentando obter um ótimo resultado para consegui-lo. Medina precisa de um ótimo resultado para conquistá-lo, mas obviamente se ele não conseguir que eu ou Filipe possamos ganhar o prêmio.” Título com um ótimo resultado, então nós três estamos procurando ir fundo no evento. ”
Quanto a Toledo, ele está lá para ganhar, mas entende que algumas coisas estão fora de seu controle.
“Mesmo que eu não ganhe o título, se eu conseguir atingir meu objetivo de conseguir um resultado realmente bom aqui, posso me sentir bem com isso que fiz minha parte do trabalho e consegui”, disse Toledo. .
Medina está indo para o Pipe Masters com a liderança, o melhor recorde de carreira e a melhor porcentagem vencedora no Pipe. Ele vence 62 por cento de suas baterias, enquanto Wilson está em 52 por cento, e Toledo é o mais desafiado com uma porcentagem de vitórias de 38 por cento. Mas além das estatísticas, Medina também parece ter uma afinidade natural pelo intervalo.
“Nos últimos anos temos nos amado um pouco mais”, ele sorriu ao final de sua entrevista. “Eu aprendo alguma coisa toda vez que surfo lá. Se eu puder carregar essa confiança e amor em minhas eliminatórias, espero ter sucesso.”
Por Jake Howard(WSL)
