Ação que utiliza a arte como forma de pedir reflexão e engajamento para a conservação da Amazônia tem movimentado o Beco do Batman, na Vila Madalena, em São Paulo. O espaço é referência para o graffiti paulistano há mais de 30 anos. E foi lá que três artistas de rua brasileiros registraram sua paixão pela Amazônia. Binho Ribeiro, Rafa Mon e Sebá Tapajós (conheça abaixo o perfil de cada um), sob produção de Luan Cardoso, pintaram o graffiti na última semana. A obra tem chamado a atenção das pessoas que passam e param para admirá-la e fazer ‘selfies’. A pintura ficará exposta até fevereiro de 2019. A ação acontece no mesmo momento em que o governo federal divulgou, na última sexta (23/11), o maior aumento do desmatamento da Amazônia nos últimos dez anos. Registrado pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), o desmatamento do bioma cresceu 13,7%, entre agosto de 2017 e julho de 2018, se comparado ao mesmo período do ano anterior. No total, foram suprimidos 7.900 km2 de floresta amazônica, o que equivale a mais de cinco vezes a área da cidade de São Paulo. A ideia do graffiti surgiu em um diálogo entre WWF-Brasil e um grupo de artistas e influenciadores digitais, a partir do conceito “A Amazônia que inspira precisa respirar”, durante as celebrações do Dia da Amazônia (5/9) deste ano. A pintura lembra a Amazônia em suas cores e formas, com destaque para a ilustração de um grande coração-árvore ao centro, que pulsa e bombeia vida para rios, florestas, espécies e comunidades. “Como trazer a floresta e os rios para as grandes cidades, dentro e fora da própria Amazônia? Todos nós, de alguma maneira, estamos conectados à Amazônia, nos inspiramos nela e dependemos dela. Com a ação, queremos evidenciar a conexão entre as cidades e os ambientes naturais. Proteger a maior floresta tropical contínua e a maior bacia de água doce do mundo é proteger a vida; é também proteger a todos nós”, explica Gabriela Yamaguchi, diretora de Engajamento do WWF-Brasil. Para a artista Rafa Mon, participar da ação é trazer a floresta para a cidade, para o dia-a-dia, e entender que ela está presente em todos os momentos da vida das pessoas. “A Amazônia é esse lugar magnífico, fonte de vida, e que está desaparecendo aos poucos, a olhos nus e sem o menor pudor. Por que esse santuário sagrado nos parece algo mítico, intocável e eterno? O ambiente urbano nos cega e nos faz acreditar que a floresta jamais vai nos faltar, mas as estatísticas são alarmantes, e se não pararmos para olhar e cuidar dela, rapidamente ela vai desaparecer e as consequências serão drásticas”, avalia. Sebá Tapajós inspira-se na Amazônia diariamente e reflete isso no graffiti. “A ideia é mostrar que esse coração que pulsa cor e inspiração também clama por liberdade. E se conecta à biodiversidade de maneira generosa e farta, mas pedindo consciência, respeito e amor à Amazônia. A interação do homem deve ser integrada e amorosa, sem invadir ou deixar rastros que comprometam a vida e o futuro dessa potência tão significativa que é nossa”, comenta. De acordo com Binho, é fundamental associar a arte com a defesa de causas importantes para a vida. “Como brasileiro, artista e morador do planeta Terra, me sinto honrado em fazer parte desse chamado para proteger a Amazônia. Todos precisamos de uma Amazônia com saúde. Precisamos preservar, ficar sempre de olho, chamando a atenção para o cuidado especial que esse lugar merece para o bem de todos”, afirma. A pintura é acompanhada das hashtags #SomosAmazônia, #VivaAmazôniaViva e #WWFBrasil para que as pessoas possam se informar e entender de que forma podem contribuir com a conservação da Amazônia. Para mais informações, acesse:www.somosamazonia.wwf.org.br Amazônia Viva São mais de 40 mil espécies de plantas. Aproximadamente 2.500 espécies de peixes já foram descritas. No entanto, estima-se que a região possa ter mais de 6.000 espécies de peixes. Mas há muito a ser estudado e descoberto pela ciência. Em 2017, relatório do WWF-Brasil e Instituto Mamirauá com atualização de novas espécies descobertas na Amazônia concluiu que a taxa de descobertas de novas espécies na Amazônia só tem crescido ao longo dos últimos anos. No entanto, a Amazônia ainda possui lacunas de conhecimento, muito por conta de sua extensão territorial e ausência de recursos para viabilizar pesquisas científicas. O relatório mostra ainda que muitas das descobertas foram feitas dentro de áreas protegidas e seu entorno – reforçando a importância das unidades de conservação, dos mosaicos de áreas protegidas e da necessidade de se fazer pesquisas dentro desses espaços. Apesar de o Brasil ter avançado nas últimas décadas no monitoramento e no controle ao desmatamento, a supressão da floresta continua sendo a maior ameaça. Entre os anos de 2013 a 2017, o índice de desmatamento da região foi 38% maior que nos anos anteriores. Cerca de 71 milhões de hectares já foram perdidos – uma área equivalente às áreas dos estados de São, Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul somados. “Valorizar a conservação da Amazônia é essencial para o bem-estar e a saúde das populações locais e de todo mundo, por meio de um caminho de desenvolvimento econômico, cultural e socioambiental mais responsável e justo, considerando a necessidade de manter o sistema ecológico equilibrado”, avalia Ricardo Mello, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil. Sobre os grafiteiros Binho Ribeiro (@binho3m) Rafa Mon (@rafamon) Sebá Tapajós (@sebatapajos) |
Sobre o WWF O WWF-Brasil é uma organização não governamental brasileira dedicada à conservação da natureza, com os objetivos de harmonizar a atividade humana com a conservação da biodiversidade e promover o uso racional dos recursos naturais em benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações. Criado em 1996, o WWF-Brasil desenvolve projetos em todo o país e integra a Rede WWF, a maior rede mundial independente de conservação da natureza, com atuação em mais de 100 países e o apoio de cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários. |
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Mais queria saber do que trata REALMENTE essa pintura mais muito bonito.