A menina de 11 anos que morreu devido a tortura, cárcere privado e desnutrição, na última quinta (24) relatava em seu diário a rotina que era obrigada a seguir pela mãe e padrasto: jejuar, orar e fazer exercícios sem ser alimentada.
A menina pedia para comer, mas a mãe negava, segundo informou a polícia civil. O caso está sendo apurado pelo delegado Ricardo Mamede.
O diário foi apreendido pela polícia civil de Ubatuba e será anexado às investigações. A mãe, de 26 anos e o padrasto de 47, estão presos desde sexta (25).
O casal passou por audiência de custódia na tarde deste sábado (26) e foi removido para unidades prisionais. O padrasto foi removido para o CDP(Centro de Detenção Provisória) de Caraguatatuba. A mãe transferida para uma penitenciária feminina de Tremembé.
O irmão da menina, de oito anos, que também “era castigado”, foi encaminhado a um abrigo da cidade e está sob os cuidados do conselho tutelar de Ubatuba.
Entenda
O casal foi preso na sexta(25), acusado de manter em cárcere privado, durante cinco meses, em um apartamento, em Ubatuba, uma menina , de 11 anos e o irmão, de 8 anos. A menina acabou morrendo de desnutrição na quinta, logo após dar entrada na santa casa.
A mãe, de 26 anos e o padrasto, de 47 anos, foram presos nesta sexta. A santa casa acionou a policia civil, quando da morte da menina.
Em depoimento nesta sexta à polícia, a mãe teria confessado aos policiais que mantinha a menina em cárcere privado. Segundo a mãe, a menina dormia no chão em um tapete de borracha, no apartamento que fica no centro da cidade.
A menina era obrigada a jejuar e orar como forma de corrigir e castigar por atos considerados errados, como mentiras. O irmão dela, de 8 anos, também era submetido aos castigos.
A polícia apurou que na última terça-feira (22) o casal teria obrigado a menina a fazer um jejum de dois dias. Ela só tinha acesso a água. Dois dias depois, a menina passou mal e foi levada ao hospital.
A policia informou que o padrasto não quis falar durante seu depoimento, optando em ficar calado. Os dois vão responder por tortura com morte, cárcere privado e abandono intelectual.
O menino de 8 anos foi encaminhado para um abrigo da cidade e está sob os cuidados do Conselho Tutelar. Não foi possível contato com o casal, preso e indiciado.