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Ministra Sonia Guajajara visita aldeia em Ubatuba para mobilizar participação indígena na COP 30

Tamoios News
Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, participou do Ciclo COParente realizado na aldeia Renascer Ywyty Guaçu, localizada no bairro Corcovado, em Ubatuba (SP). O evento, que aconteceu na manhã desta sexta-feira (30), busca articular, informar, debater e mobilizar a participação indígena na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30).

Durante 14 encontros pelo Brasil, o Ciclo COParente tem o objetivo de promover debates sobre o protagonismo indígena, criando espaço de diálogo, formação e consulta aos povos indígenas de todas as regiões do país, fortalecendo a atuação junto aos atores centrais da política global de enfrentamento à crise climática. “O Ministério dos Povos Indígenas está realizando esse processo de preparação, de formação, para qualificar a participação indígena na COP 30. A COP 30 não pode ser entendida somente como esse grande evento que vai acontecer em novembro, mas garantir o entendimento sobre o que é a COP, o que é que se discute na COP e quais as decisões principais que precisam ser tomadas na COP”, explica a ministra.

Durante o encontro de hoje, sendo o 4° de todos previstos, Guajajara abordou a importância do avanço das demarcações das terras indígenas no Brasil para auxiliar no combate à crise climática. “Tivemos um avanço significativo nesses dois anos e pouco de governo. A gente já avançou mais do que os dez anos dos governos anteriores e estamos trabalhando para que possa avançar ainda mais. É claro que é muito complexo e também muito difícil, a gente tem uma correlação de força muito desigual com o Congresso Nacional, que a qualquer custo quer impedir o avanço das demarcações de terras indígenas no Brasil, mas nós estamos trabalhando para ver como superar também e trazer essa compreensão para esse campo político, para o Brasil, para o mundo e, sobre o papel dos povos e dos territórios indígenas para combater essa crise climática”.

Tendo iniciado as discussões ontem (29), a etapa do Ciclo COParente na aldeia Renascer Ywyty Guaçu, enfatizou também a emergência climática que o mundo está vivendo. De acordo com a ministra dos Povos Indígenas, em 2015 houve a assinatura do Acordo de Paris, onde foi estabelecido que o mundo não poderia ultrapassar um grau e meio na temperatura global. Entretanto, 10 anos após, a população já está enfrentando o ano mais quente da história.

Por fim, Sonia Guajajara salientou que os acordos acertados durante a COP 30 precisam ser garantidos com o financiamento climático e, também, com políticas nacionais. “Nós temos que fazer com que esta COP seja tanto a COP das decisões, mas também a COP da implementação. Temos que garantir que os países mais ricos possam aportar recursos para que a gente possa implementar políticas efetivas de combate a essas emissões. É preciso pensar as formas de consumo, as formas de produção. Por mais que as emissões no mundo inteiro são causadas pelos combustíveis fósseis, no Brasil ainda é o desmatamento e a degradação ambiental pela pecuária. Então, nós temos que ter políticas nacionais que possam combater essas emissões. E que não fique só mais na promessa. Isso é o mais importante”.

A COP 30 reunirá cerca de 195 países para buscar soluções para a crise climática. Há dois anos, a COP realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, registrou a maior participação indígena com 350 pessoas, sendo 100 delas vindas do Brasil. Para 2025, a projeção é que se tenha uma maior participação.

Redação/Tamoios News