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Moradora de Ubatuba fala sobre dança e autoestima de corpos fora do padrão

Tamoios News

A moradora de Ubatuba Stephanie Graça tem 24 anos e usa as suas redes sociais desde 2019 para falar sobre o seu trabalho com a dança e também inspirar mulheres a se aceitarem e se amarem do jeito que são. A modelo, influencer e professora de dança comprova que mulheres fora do padrão podem fazer tudo, principalmente dançar.

“A minha relação com a dança tem muito a ver com autoestima, pois foi por meio da dança que eu comecei a falar sobre estar bem consigo mesmo, me tornei exemplo para as minhas alunas e para as mulheres que me cercavam. Antes do Instagram eu já falava em aulas, agora posso alcançar outras pessoas”, relata Stephanie.

A modelo conta que foi um bebê gordinho e uma criança gordinha que aos 4 anos decidiu que queria fazer balé. O que fez com que a mãe se preocupasse em escolher um local onde ela não fosse sofrer preconceito por ter um corpo diferente das outras dançarinas mirins. Nessa escola ela praticou a dança até os 6 anos.

Aceitar que seus corpos são bonitos sabendo que são diferentes do que se costuma ver na televisão, nas revistas, nas redes sociais e até mesmo na dança, que são, predominantemente, de mulheres magras, pode ser uma tarefa difícil para muitas mulheres. A dança ajudou Stephanie e a sua presença nas redes e no palco ajuda outras.

“Aos 11 anos eu quis ir para outras modalidades porque já entendia que por causa do meu biotipo, que não é o do corpo magro, eu não teria futuro no balé. Entrei em aulas de dança do ventre, flamenco e balé e me apaixonei por todas as modalidades”. Em seu relato ela conta que começou a ser assistente de sala nas aulas de dança do ventre e flamenco e aos dezoito anos iniciou a faculdade de educação física pois já sabia que era isso que eu queria fazer profissionalmente.

Com as academias fechadas e sem poder dar aulas presenciais, a professora de dança passou a fazer lives nas redes sociais para incentivar as pessoas a se movimentar em casa. Ela conta que quanto mais fazia lives dançando, falava de autoestima e se mostrava como é, mais foi chegando gente para acompanhar.

Sua página no Instagram hoje conta com mais de 11.000 seguidores e o que começou de forma despretensiosa já se tornou uma fonte de renda. “Hoje sou remunerada com o meu trabalho na rede social e conquistei outros trabalhos. Atualmente, faço trabalhos modelando para lojas e em eventos em Ubatuba, além das aulas de dança”, conta a modelo.

Foto: @lauraromancini.fotografia

A modelo e influencer participou da edição do Miss Plus Size Litoral Norte 2021, em Caraguatatuba e conta que a experiência foi muito diferente e única. Essa foi a sua primeira participação em concurso de miss e para ela o momento de confinamento e compartilhamento de histórias de vida entre as participantes foi muito especial.

Stephanie fala sobre o que a motiva a continuar apesar do preconceito: “eu só consigo passar por situações de preconceito e seguir pois sempre sou abordada por pessoas que me falam o quanto se inspiram com as minhas apresentações. Uma situação que me marcou muito foi após uma apresentação uma mulher contar que o filho a incentivou a ir dançar depois de me ver no palco. Essa mãe tinha desistido de sonhar com a dança por acreditar que o seu corpo não era o ideal para dança, como se costuma pregar”, relata a dançarina.