O casarão que abriga o ponto de cultura Casa Brasileira será todo iluminado e vai receber diversos artistas para apresentações no alto da sacada, unindo arte e valorização do patrimônio histórico. O público poderá assistir aos shows, gratuitamente, da calçada onde fica o imóvel do século XVIII, no número 80 da Rua da Praia, de frente para o mar, no centro histórico do município.
Na sacada estarão, nessas três noites, o cantor, compositor e sanfoneiro Marcelo Jeneci; a cantora e compositora Ná Ozzetti com o músico Dante Ozzetti; o cantor e sambista João Cavalcanti; o grupo carioca Matriarcas do Samba; a guardiã do samba paulista, Maria Helena Embaixatriz; a cantora hondurenha radicada no Brasil, Indiana Nomma, e a moçambicana Lenna Bahule, ao lado de artistas locais. Representando as raízes culturais do Litoral Norte, participam, ainda, Mestre Ostinho de Ubatuba, com o fandango; a cantora sebastianense Sônia Lopes com o Sarau Azul; o maestro e saxofonista Almir Clemente, além do CORAL GUARANI, da Terra Indígena Rio Silveira, e do CORALUSP São Sebastião, regido pela maestrina Selma Boragian.
Música na Sacada é uma realização do Instituto Mpumalanga, este ano com recursos do Edital ProAC2022 da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. Tem apoio da Prefeitura de São Sebastião, por meio da Fundação Educacional e Cultural Deodato Sant’Anna, da Secretaria Municipal de Turismo e da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. O projeto foi realizado pela primeira vez em 2017 e, pela segunda vez, em 2018, com um grito de carnaval da sacada, para um público de quase 2 mil pessoas.
Na quinta-feira, (23), às 19h, os primeiros sons na sacada serão ancestrais. Na abertura do festival, o Coral Guarani da Terra Indígena Rio Silveira apresentará cantos do povo que resiste com sua língua, danças, músicas e costumes.
Na sequência, o quarteto Matriarcas do Samba virá com um repertório que consagra as raízes do samba carioca. Composto por Nilcemar Nogueira, Geisa Keti, Vera de Jesus e Selma Candeia, as Matriarcas são descendentes dos ícones do samba: Cartola, Zé Keti, Clementina de Jesus e Candeia. No repertório, clássicos como A voz do morro, Alvorada, Preciso me encontrar e Não vadeia Clementina. Sambas-enredos antológicos e sambas de terreiro também terão espaço no roteiro. Ainda celebrando o samba brasileiro, Maria Helena Embaixatriz, terá uma participação especial no momento de lançamento da Revista do Samba do Instituto Mpumalanga. Maria Helena foi presidente da Embaixada do Samba de São Paulo por dois mandatos consecutivos. Ativista negra, ela foi fundadora da Velha Guarda da Rosas de Ouro.
Marcelo Jeneci encerrará a primeira noite do Música na Sacada com uma apresentação de voz e sanfona. Cantor, multi-instrumentista e compositor, Jeneci trará canções dos álbuns consagrados “De Graça” (2014) e “Guaia” (2019), indicados ao Grammy Latino, entre outras músicas do seu repertório. Jeneci começou tocando sanfona na banda de Chico César, com quem excursionou pela Europa em 2000. A partir de 2008, Marcelo Jeneci teve diversas músicas suas em trilhas de novelas, marcando seu sucesso como compositor.
Na sexta-feira (24), o Música na Sacada vai mesclar música brasileira com sons latino-americanos e africanos, em noite que terá presença da moçambicana Lenna Bahule e da hondurenha Indiana Nomma. A abertura será com o maestro e saxofonista Almir Clemente, em instrumental de MPB e bossa nova, e com a cantora sebastianense Sonia Lopes, com o projeto Sarau Azul, que prestigia os grandes poetas brasileiros.
Em seguida, a cantora Lenna Bahule, de Moçambique, mostrará como faz a fusão sonora entre as Áfricas e os Brasis, explorando conexões musicais entre essas diversas culturas. Cantora, arte educadora e ativista cultural, Lenna é natural de Maputo e vive mergulhada em pesquisas e intercâmbios com afro-culturas e movimentos sociais de seu país, do Brasil e de outras diásporas africanas. Seu primeiro disco, Nômade (2016), esteve na lista dos 100 melhores discos produzidos no Brasil.
Quem encerra a noite de sexta-feira na sacada da Casa Brasileira é a hondurenha Indiana Nomma. Conhecida no cenário do jazz e da canção latino-americana, Indiana iniciou sua carreira musical em Brasília e lançou 6 discos, desde 2015, dos quais dois foram finalistas do 27°e do 29° Prêmio da Música Brasileira. Foi declarada pelos herdeiros de Mercedes Sosa intérprete do tributo oficial à cantora argentina, após o lançamento do álbum “Mercedes Sosa: A Voz dos Sem Voz”.
No sábado, (25), em noite com fandango caiçara e canto coral, o Música na Sacada receberá o cantor, compositor e sambista carioca João Cavalcanti e a cantora e compositora paulista Ná Ozzetti. Antes, às 19h, as vozes do Coralusp São Sebastião, sob a regência de Selma Boragian, abrem as apresentações da última noite do festival, com coralistas entoando canções populares brasileiras e do mundo dos janelões da sacada. Mestre Ostinho de Ubatuba e o grupo Ciranda Caiçara entram, em seguida, com viola, rabeca, caixa e pandeiro para cantar e tocar o fandango, estilo de música e dança que representa o povo caiçara.
João Cavalcanti e Ná Ozzetti encerram o Música na Sacada da Casa Brasileira.
Cantor, compositor e jornalista de formação, João Cavalcanti foi vocalista por 16 anos do grupo Casuarina, eleito duas vezes como melhor grupo de samba pelo Prêmio da Música Brasileira, com quem gravou 7 CDs e 2 DVDs. Em carreira solo, suas músicas têm sido gravadas por importantes nomes da música brasileira, entre eles Lenine, seu pai. Em janeiro de 2022, “Desengaiola”,áudio-visuálbum com 18 canções feito em parceria com Alfredo Del-Penho, Moyseis Marques e Pedro Miranda foi indicado ao Grammy Latino 2023, na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode, e ganhou o Prêmio da Música Brasileira/2023, na categoria Projeto Especial.
Prestes a completar 45 anos de carreira musical, Ná Ozzetti começou na música ao ingressar no grupo Rumo, um dos representantes da Vanguarda Paulista, gravando com ele 5 discos. Depois, em carreira solo, teve vários álbuns premiados e marcou parcerias constantes com seu irmão Dante Ozzetti, Luiz Tati, José Miguel Wisnik e Itamar Assumpção. Celebrou 40 anos de carreira em 2019 com o espetáculo Ná 40 anos de palcos. Em 2022 lançou “Se você aparecer”, com inéditas e arranjos de Dante Ozzetti, músico que acompanhará Ná na sacada da Casa Brasileira.
Revista do Samba será lançada durante o evento cultural Música na Sacada
Durante o festival Música na Sacada da Casa Brasileira será lançada a REVISTA DO SAMBA, periódico online do Instituto Mpumalanga que pretende contribuir para a conservação das raízes da música brasileira e divulgar o trabalho e o pensamento de diferentes artistas da música. Com curadoria da cantora Renata Jambeiro, a Revista apresentará o samba feito na atualidade, suas ancestralidades até o samba contemporâneo com diferentes estilos.
O Instituto Mpumalanga é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua com projetos de educação pela arte; cultura; gastronomia; meio ambiente e comunicação. A Casa Brasileira é o centro de cultura, arte e gastronomia do Mpumalanga.
Mais informações: @institutompumalanga | www.youtube.com/institutompumalanga www.mpumalanga.com.br | https://www.facebook.com/institutompumalanga/
Dias: 23,24 e 25 de novembro
Horário: 19h às 23h (classificação livre)
Local: Ponto de Cultura Casa Brasileira-
Endereço: Rua da Praia, 80. Centro Histórico de São Sebastião-SP
Programação
Dia 23/11
Coral Guarani
Maria Helena Embaixatriz
Matriarcas do Samba
Marcelo Jeneci
Dia 24/11
Almir Clemente
Sonia Lopes
Lenna Bahule
Indiana Nomma
Dia 25/11
Coralusp São Sebastião – Regência de Selma Boragian
Mestre Ostinho e Grupo Ciranda Caiçara/ Ubatuba
João Cavalcanti
Ná Ozzetti