Está previsto para chegar, nesta terça(19), em São Sebastião, o navio chinês Xin Guang Hua, especializado no transportes de plataforma marítimas e resgate de embarcações.
O navio, que tem 255 metros de comprimento e de 68 de largura, será o responsável pelo resgate de outro navio chinês, o Chipol Taihu, que está sendo rebocado do Rio Grande do Sul até São Sebastião.
O navio que está sendo rebocado, devido a um problema na casa das máquinas, tem 188 metros de comprimento por 28 de largura.
O navio será colocado em cima do Xin Guang Hua, uma embarcação semi-submersível, também de bandeira de Hong Kong, capaz de carregar, transportar e descarregar cargas muito pesadas como outros navios, plataformas, submarinos, refinarias e guindastes.
O resgate do Chipol Taihu será realizado na costa norte de São Sebastião, assim que o navio chegar na cidade. Os tramites da operação estão sendo viabilizado pela agência Wilson Sons.
O navio avariado será colocado em cima do Xin Guang Hua, em operação considerada inédita n o país.
O navio Chipol Taihu será levado para ser consertado em um estaleiro de Hong Kong, de propriedade da empresa dona da embarcação.
A operação será realizada em São Sebastião, por causa dp excelente calado existente na costa sebastianense.
Operação
Veja como será feita a operação. Ilustração da UFRJ(Universidade Federal do Rio de Janeiro)
As operações de carregamento e descarregamento são feitas com o auxílio do sistema de lastreamento/deslastreamento do navio: inicialmente os seus tanques são lastrados através de uma seqüência estudada e pré-determinada.
Em seguida, com o seu convés totalmente submerso a uma altura suficientemente baixa para que não ocorra acidente com a embarcação e a carga, o carregamento a ser transportado é movido para cima do heavy lift com o auxílio de rebocadores e mergulhadores.
A última etapa do processo acontece de forma inversa à primeira. Neste caso os tanques são deslastrados, também de forma planejada, e o navio é emergido; conseqüentemente, a embarcação a ser transportada fica posicionada acima do convés.
Um momento crítico do carregamento acontece quando a carga está sendo içada e está no limite de sair completamente d’água. O calado da carga vai diminuindo enquanto o navio de transporte está sendo deslastrado.
A estabilidade da carga fica comprometida à medida que seu calado diminui até que atinge um ponto onde existe uma tendência de emborcar. Para evitar essa tendência de emborcamento da carga é necessário projetar um picadeiro suficientemente alto de forma que a carga fique totalmente assentada antes de atingir este ponto critico.
Neste tipo de operação de carregamento a plataforma (ou navio) sofre movimentos que não sofreria se estivesse docada em terra firme. O picadeiro não deve ser rígido demais para não transmitir os movimentos para o Heavy Lift SS e nem muito flexível para que carga não deslizes pelo convés ou seja derrubada. Para cada carga, é preciso fazer um estudo específico sobre o picadeiro que será utilizado.
O alto risco do reboque reflete diretamente no valor do seguro, que fica em torno de 1 a 7,5 % da carga rebocada. O transporte “seco”, realizado pelos navios Heavy Lift é muito mais seguros pois a carga não fica exposta diretamente a influencia do oceano.
O seguro neste caso é bastante reduzido quando comparado ao reboque e pode chegar a 0,20% do valor da carga. Esta diferença é bastante significativa quando falamos de cargas como plataformas, plantas de produção e outros navios.
Muitas são as vantagens do Heavy Lift SS no caso do transporte de embarcações avariadas: usando-se heavy lift torna-se mais seguro visto que a embarcação não sofre, diretamente, influência do oceano. Com informações da UFRJ(Universidade Federal do Rio de Janeiro).