Jovem argentino assiste apresentação da roda de capoeira e se encanta com São Sebastião
Com sua bike, uma sanfona e muita disposição, o argentino Lucas Machavdy, 26 anos, se aventurou, pela primeira vez, a percorrer países da América do Sul com o sonho de chegar a Salvador, capital baiana. O motivo maior é seu amor a arte da capoeira que ele pratica em sua cidade, Lujan, e o desejo de conhecer também um pouco mais do povo brasileiro. Desde janeiro, ele está na estrada e, ao chegar em São Sebastião na última quinta-feira, 15, a primeira coisa que perguntou foi se a cidade tinha grupo de capoeira e onde aconteciam as aulas. Não deu outra: na sexta-feira, 16, ele era o convidado especial da roda de capoeira que também chamou a atenção de visitantes que passavam em frente à Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur).
A roda aconteceu dentro da sala da Sectur onde Lucas observava atentamente cada movimento. Encantado com a cidade e o carinho das pessoas, ele achou interessante como essa arte, que surgiu com os africanos, é levada muito a sério no Brasil. ” Lá, na Argentina, se a pessoa treina dois ou três anos diz que já faz capoeira. Aqui, se treina quatro ou cinco anos, diz que ainda não faz capoeira”.
O sonho de Lucas, quando partiu em janeiro, tinha como meta Salvador onde vivem e praticam capoeira pessoas do grupo onde ele tem aulas na Argentina. “Eu teria conhecidos e onde ficar na Bahia”. Mas, a viagem demorou mais do que o esperado. Depois de percorrer parte da Argentina, Uruguai, o sul do país do Brasil, se encantou com Curitiba, capital paranaense, onde ficou quatro meses. O único problema foi ter a bike roubada e precisou providenciar outra.
Para se manter, Lucas que também é formado em arte circense, mostra suas habilidades na sanfona, que leva junto numa pequena carretinha, nos semáforos e ruas das cidades onde chega. “Os brasileiros são muito bons e ajudam”, disse Lucas que pedala cerca de 50 km a 70 km diariamente, sem contar as paradas estratégicas. O mais difícil foi o primeiro dia. “Passei muito mal, com dores, apesar do treinamento”. Ele disse que teve muita sorte até agora e que achou mais perigoso percorrer o Litoral Sul de São Paulo. “Aqui é mais tranquilo e as pessoas recebem bem, são carinhosas”.
Mas, apesar do encantamento, com São Sebastião e a roda de capoeira, ele segue seu rumo mas em sentido inverso. Voltará para o Sul, pois quer estar com a família até dezembro quando nascerá o primeiro netinho de seu pai. Mas o sonho de ir a Salvador e praticar capoeira permanece mais vivo do que nunca: “ainda vou à Bahia de qualquer jeito”, disse Lucas, que agradeceu a acolhida e atenção dos sebastianenses.
Fonte: Departamento de Comunicação – PMSS-Segov