A audiência pública de Diretrizes Orçamentárias para 2024, realizada no dia 27 de abril pela prefeitura da Ilhabela, causou polêmica entre o prefeito Toninho Colucci e ambientalistas do Litoral Norte.
Questionado por um morador sobre a quantidade de Jundu plantados nas praias, o prefeito informou que não pode retirar e que inclusive responde processo por ter retirado da praia do Perequê. E incentivou para que os moradores retirassem um pé de Jundu por dia.
O prefeito Colucci informou a reportagem do Tamoios News que a prefeitura realiza ações que tem por objetivo a preservação das áreas de vegetação nativa protegidas no município, conforme o Código Florestal Brasileiro, Lei 12.651/12. E periodicamente são organizadas ações de limpezas nas áreas de mangue, jundu e rios, que consiste na retirada de resíduos sólidos, sem a utilização de máquinas ou ferramentas que possam danificar a vegetação.
Segundo o prefeito as faixas de areias nas praias da Ilhabela são pequenas e com o avanço do plantio do Jundu se tornam de difícil acesso e até de difícil limpeza. E recebe reclamações de moradores sobre os proprietários de residências frente ao mar que plantam o Jundu para que frequentadores das praias não se aproximem ou permaneçam no local. Ele reconhece a importância da vegetação, mas também diz que é necessário assegurar a acessibilidade das praias para frequentadores e turistas.
O Jundu é uma vegetação litorânea típica das áreas de restinga, sendo de extrema importância na preservação de praias, servindo como abrigo e fonte de alimento para a fauna nativa, além de ser uma barreira contra o avanço da maré. Essa vegetação é arbustiva e cresce sobre a areia, cuja altura varia de 30 cm até 1,5m. Muitas construções próximas ao mar plantam o Jundu para que suas raízes ramificadas segurem a areia e assim evitem a erosão.
A redação do Tamoios News recebe várias reclamações dos frequentadores das praias do Litoral Norte sobre a invasão do Jundu. A principal reclamação é sobre proprietários que plantam o Jundu na praia para que turistas e banhistas não permaneçam na frente de suas residências. Além do lixo que se acumula quando o Jundu se torna um arbusto que dificulta a limpeza e até a segurança.
Na Praia Deserta em São Sebastião, o Jundu invadiu completamente a faixa de areia e se tornou um arbusto tão alto que virou abrigo para um morador. A quantidade de lixo presa entre os galhos deixou a praia com aspecto sujo e com um odor desagradável.
O Jundu é uma vegetação protegida por “Lei” e não pode ser retirada ou podada, mas os órgãos ambientais necessitam revisá-la para que ao menos possam autorizar a poda, para facilitar a limpeza e a segurança e assim todos possam conviver em harmonia com a natureza.
Redação/Tamoios News