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Famílias pedem indenização por casas demolidas em São Sebastião (SP)

Tamoios News

Um grupo de moradores do Conjunto Habitacional São Sebastião F, no bairro Jaraguá, em São Sebastião (SP), realizou uma manifestação com cartazes durante a sessão ordinária da Câmara Municipal no dia 28 de maio. Os cartazes exibiam frases como: “Alô, CDHU! Queremos uma solução”, “Queremos indenização das nossas casas”, “Felipe Augusto, cumpra com a sua palavra!”, “Governador do Estado, São Sebastião pede socorro! O povo pede Justiça” e “Nenhum direito a menos, nenhum passo atrás”.

Segundo Tiago Santos, liderança do bairro Jaraguá, esse foi mais um protesto pacífico organizado pelos moradores para pedir indenização pelas casas que foram demolidas em 2018, pela prefeitura e pelo governo do Estado, com a justificativa de que estavam em áreas de proteção ambiental ou de risco.

De acordo com Santos, as casas que foram demolidas estavam em diversos bairros do município, como Topolândia, Itatinga, Canto do Mar, Jaraguá, Morro do Abrigo, Barequeçaba, Maresias, Paúba, Toque Toque Pequeno, Vila Sahy e Barra do Una. Ele afirma que na época os moradores foram pegos de surpresa e tiveram que mudar para o Conjunto Habitacional São Sebastião F às pressas, mesmo sem concordar com as demolições. As famílias realocadas dizem que enfrentam alagamentos e problemas estruturais nos prédios, e ainda pagam parcelas mensais para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU).

Segundo Santos, eles reclamam que já tinham suas casas, tiveram seus imóveis demolidos, foram enviados para um local precário e ainda ficaram endividados com a CDHU. ”Estamos lutando pela indenização das casas que a prefeitura e o governo do Estado derrubaram e não indenizaram. Queremos a indenização ou a quitação dos apartamentos da CDHU. Lamentavelmente, os governantes de São Sebastião nos abandonaram. A gente fazendo manifestação pacífica e eles fazendo vista grossa, numa situação que o prefeito Felipe Augusto junto com o governo do Estado de São Paulo criou para nós. Os governantes nos jogaram nessa dívida aqui, nos predinhos que alagam, com apartamento todo estourado. Começou com parcelas mensais de 140 reais, hoje está na bagatela de 800 reais, sendo que nós tínhamos nossas casas, então nós estamos reivindicando a indenização ou a quitação”, explica Santos.

Ele lamenta que na Câmara Municipal os vereadores não tenham dado atenção ao protesto. “Viraram as costas para nós. Mas nós não vamos parar não, inclusive já estamos preparando outra manifestação pacífica, nós vamos fazer uma manifestação em frente à prefeitura, num dia de semana, que é o dia que acreditamos que o prefeito vai estar dentro da prefeitura, e vamos levar a população todinha daqui do CDHU, aproximadamente 700 pessoas, para ver se o prefeito não vai dar voz para essas pessoas”, afirma Santos.

No último sábado, dia 8 de junho, aproveitando que o governador Tarcísio de Freitas estava em São Sebastião, os moradores realizaram outra manifestação com cartazes, microfone e caixa de som, na rua da Praia, com a mesma pauta de reivindicação, na tentativa de chamar atenção do governo do Estado. De acordo com Santos, o Coronel André Porto, Secretário de Estado responsável pela Gerência de Apoio do Litoral Norte, conversou com os manifestantes e teria prometido disponibilizar um carro para levá-los a uma reunião na capital paulista com o presidente da CDHU.

Além das manifestações, Santos afirma que dois advogados voluntários estão dando o apoio jurídico necessário aos moradores para pedir ajuda ao Ministério Público diante dos problemas de habitação enfrentados.

Redação / Tamoios News