A embarcação está no campo de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos e traz o nome de Caraguá por conta da UTGCA
Por Ricardo Hiar, de Caraguatatuba
A cidade de Caraguatatuba, que possui em funcionamento desde 2011 a UTGCA (Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato) recebeu uma homenagem da Petrobras recentemente. Um novo navio-plataforma, que entrará em operação em agosto na Bacia de Santos, leva o nome do município. A embarcação foi afretada pela Petrobras e recebeu a menção de Caraguatatuba devido a cidade sediar a base, que recebe boa parte do gás proveniente do pré-sal, e que permite sua comercialização.
O FPSO (Floating Production Storage Offloading Unit) Cidade de Caraguatatuba foi deslocado ao campo de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos. A sigla FPSO representa, em inglês, unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo. Essas estruturas são capazes de separar óleo da água e do gás durante o processo de produção. O produto é então armazenado em tanques cargas e depois transferidos para os navios petroleiros, que levam o petróleo até o litoral para a distribuição.
O navio-plataforma estava anteriormente em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro, no estaleiro Brasfels. Nesse local, foi concluída a integração da unidade. Antes, porém, a plataforma passou por outros países. A construção do casco, por exemplo, foi feita no estaleiro MES (Mitsui Engineering & Shipbuilding), na cidade de Chiba, no Japão. Na sequência, o FPSO foi para outra região da Ásia: o estaleiro Keppel, em Cingapura, onde foi realizada a integração de outros módulos.
Agora o sistema de produção será conectado ao navio-plataforma, que deverá iniciar a operação em agosto. Com 337,4 metros de comprimento e 60 metros de largura, o FPSO Cidade de Caraguatatuba terá capacidade de processar 100 mil barris de petróleo por dia. Além disso, poderá tratar e comprimir 5 milhões de metros cúbicos de gás. A unidade terá condições, ainda, de tratar 120 mil barris/dia de água de injeção.
O campo de Lapa está localizado a aproximadamente 270 km da costa do estado de São Paulo, a uma profundidade média de 2.140 metros. Um consórcio detém a concessão do campo, no bloco BM-S-9, que é operado 45% pela Petrobras, em parceria com a BG E&P Brasil – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc, com 30% e a Repsol Sinopec Brasil, que detém os outros 25%.
A UTGCA
A UTGCA (Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato), da Petrobras, localizada na cidade de Caraguatatuba completou cinco anos de atividade em abril deste ano. Em outubro do ano passado ela alcançou o recorde diário de produção, com 17,41 milhões de m³. Sua capacidade atual de processamento é de 20 milhões de m³ de gás natural.
Em cinco anos de atuação, a unidade teve papel essencial para viabilizar a produção de petróleo e gás natural das áreas do pós-sal e pré-sal da Bacia de Santos. O volume total processado neste período foi de 16,55 bilhões de m³ de gás natural, 9,42 milhões de barris de óleo equivalente (boe) de C5+ e 4,74 milhões de boe de GLP. O gás processado na UTGCA dá origem a três produtos: o gás natural, que tem uso industrial, residencial e veicular; o GLP, gás liquefeito de petróleo ou gás de cozinha; e o C5+ (condensado), parte líquida do gás.