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O som do sax de Almir Clemente leva mensagem de esperança e fé em plena pandemia

Tamoios News
Saxofonista Almir Clemente

Por Salim Burihan

O som de um saxofone embala os fins de tarde e o início da noite de moradores do bairro caiçara de São Francisco, em São Sebastião, ao longo dessa quarenta. Todos dias, sempre a partir das 19 horas, pode se curtir pelo menos dez minutos do melhor do jazz, da bossa nova e da MPB.

O som vem de cima de um telhado onde fica o saxofonista Almir Clemente. As melodias, com a ajuda da brisa que sopra do mar, se espalha por quase todo o bairro. O som quebra o silêncio da noite como se fosse uma mensagem de tranquilidade, fé e esperança de que tudo irá passar.

Os moradores, que desde o dia 20 de março, saem às janelas, varandas e às ruas para apreciar o saxofonista, agradecem, acendendo e apagando as luzes de suas casas ou gritando em direção de onde vem o som.

O saxofonista tem até uma lista das músicas mais pedidas: “Carinhoso”, do eterno Pixinguinha é a mais solicitada. O músico também aproveita a quarentena para compor e continuar suas atividades e parcerias.

O músico Almir Clemente, de 57 anos, é o saxofonista que leva essa paz, tranquilidade e esperança aos moradores do bairro todos dias. Ele deve se ausentar nos próximos dias devido a uma cirurgia que sofreu na mão esquerda devido a um “ler”.

Clemente garante, que assim que melhorar, as apresentações terão continuidade, todos os dias, no mesmo horário de sempre, 19 horas.

Começo

Saxofonista e regente afirma que é como se fosse uma oração, meditação…se apresentar aos finais da tarde em São Francisco

“Eu, durante o isolamento, pensei em como movimentar a minha cabeça para fugir do estresse da pandemia.  Um dia fui visitar a dona Rute, uma senhora de mais de 80 anos que todos os domingo ia me ver tocar na Rua da Praia e fiz uma apresentação para ela e percebi que o som chegou a muitas moradias.  E muita gente gostou. Começou assim, no dia 20 de março.

No início, Almir Clemente se apresentava da janela. Em seguida, decidiu subir no telhado e se apresentar de lá, isso fez o som se espalhar e chegar a mais pessoas.

“Percebi que do telhado o som se expandia mais graças a brisa que vem do mar. Prá mim, é uma espécie de oração, meditação , um sentimento de leveza muito grande, acredito que que ouve sente a mesma coisa”, destaca Clemente, radicado em São Sebastião desde 1995.

Parcerias

Saxofonista aproveita a quarentena para compor e produzir novas músicas

O músico é dos mais experientes e reconhecidos. É regente da banda municipal da cidade. dá aulas de música e se apresenta em casas de jazz de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. Mesmo durante a quarentena, divulga vídeos nas redes sociais e desenvolve parcerias com músicos de outras regiões, também, no sistema virtual.

No sistema home office, ou seja cada um sua casa, Clemente toca com uma banda formada por Cleber Assunpção (guitarra), Leandro Manfredini(piano), Luiz Humberto(contrabaixo) e Primata(bateria). Os vídeos são divulgados pelo instagram.

Outras parecerias virtuais são feita com os irmãos Júlio (baterista) e Leandro Bittencourt(guitar- bass) da cidade de Cruzeiro e com as cantoras Aline Nascimento e Leda Pontes, da capital paulista.

Curta abaixo um clipe com Almir Clemente e os irmão Júlio (baterista) e Leandro Bittencourt(guitar- bass):