O governador João Doria (PSDB) encaminhou na segunda (3) para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) o projeto de lei para a extinção da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa).
No Litoral Norte, a Dersa é responsável pela travessia de balsas entre São Sebastião e Ilhabela e, também, pelas obras do contorno Sul e Norte da rodovia dos Tamoios, paralisadas desde o ano passado.
Caso a Dersa seja extinta, os serviços de travessia de balsa serão privatizados, sem que haja qualquer prejuízos aos usuários, segundo informou o Estado.
Com relação à continuidade das obras do contorno Sul e Norte, o Estado pretende agilizar as licitações o mais rápido possível, através da contratação direta de novas construtoras.
As obras do contorno Sul, que ligará a rodovia dos Tamoios até São Sebastião, paralisadas no ano passado, estão se deteriorando, segundo moradores que vivem próximo ao local.
A situação mais crítica é no trecho que vai da Enseada até o Morro do Abrigo. As chuvas provocaram infiltrações nos túneis e até a queda de parte do trecho da estrada, segundo os moradores.
O trecho que vai da Enseada até as proximidades da rodovia dos Tamoios estaria em melhor condições, apesar das chuvas.
A Secretaria de Logística e Transportes informou ontem que as ações de desapropriação feitas, quando do início das obras dos contornos, muitas ainda pendentes na justiça, serão assumidas pelo Estado.
São Sebastião

Por falta de pagamento da Dersa, proprietário de área desapropriada, fechou acesso as obras do contorno Sul
Osmar Soalheiro, de São Sebastião, tem quatros ações na justiça, questionando a Dersa sobre a desapropriação de suas áreas para as obras do contorno Sul.
A Dersa desapropriou duas áreas de Soalheiro no bairro de São Francisco. Um de cerca de 4 mil metros para a construção de um túnel e, outra, de 10 mil metros para servir de acesso às obras do contorno.
As duas ações aguardam decisão da justiça. Soalheiro questiona o valor da desapropriação estabelecida pela Dersa. As ações são de 2015.
A área, que havia sido desapropriada temporariamente para servir de acesso para as obras do contorno Sul, foi retomada por Soalheiro.
Ele fechou o acesso com uma porteira e impediu até mesmo a entrada de funcionários da empreiteira Queiroz Galvão, que após o contrato ter sido rescindido com o Estado, pretendia retirar seus equipamentos do contorno.
Soalheiro disse que a desapropriação temporária de uma das áreas, que a Dersa e a Queiroz Galvão utilizaram para ter acesso ao túnel, foi encerrado em maio de 2018 e até agora não foi pago.
Ele disse que não está preocupado com a possível extinção da Dersa porque as ações que envolvem a Dersa serão assumidas pelo Estado.
Soalheiro disse que com a paralisação das obras desde o ano passado, boa parte do que foi feito está se deteriorando.
“O túnel está com infiltrações, pois escavaram, mas não recapearam com concreto. As paredes do túnel estão cedendo devido às chuvas e existe muita lama e água empossada no interior dele”, contou.