
De acordo com a previsão, funcionamento do novo prédio deve acontecer até o final de 2016
Anúncio foi realizado nesta segunda-feira em evento realizado na futura sede do hospital
Por Rafael César
Depois de dois anos e 11 meses de paralisação, a obra do Hospital Costa Sul de São Sebastião será retomada. A prefeitura organizou um evento no próprio prédio, nesta segunda-feira (23), para anunciar a retomada da construção. A entrega da obra já foi adiada três vezes: em janeiro de 2013, setembro de 2013 e abril de 2014. Segundo o Prefeito, Ernane Billote Primazzi (PSC), o hospital estará pronto e em funcionamento até dezembro do ano que vem.
Primazzi justificou o atraso. “A paralisação foi por motivos financeiros. Por conta da crise financeira que o país esta passando, tivemos que cortar gastos e investir o dinheiro que tínhamos em caixa em outras necessidades consideradas mais urgentes para o município”. Segundo ele, ainda houve o problema com as novas impugnações colocadas pelas empresas durante o processo licitatório.
A prefeitura divulgou dados relacionados aos gastos da obra. De acordo com a nota, já foram gastos R$ 7,7 milhões. No novo contrato a verba investida será de R$ 9,2 milhões de reais, de modo que a construção do hospital custará R$ 16,9 milhões aos cofres municipais. O valor da obra ficou 37% acima do previsto.
De início a construtora responsável pela obra era CDG, que venceu a licitação por R$ 12,3 milhões, mas posteriormente o contrato com a empresa foi recendido. Agora a construtora Volpp será a responsável pela obra do Hospital da Costa Sul.
O hospital terá um heliponto, que só pode ser construído porque houve a aprovação de uma nova uma lei, autorizando a construção da estrutura em prédios públicos, mesmo que ultrapassem os 12 metros previstos até então pela legislação municipal.
Com a implantação da nova sede de atendimento à saúde no município, os moradores da costa sul de São Sebastião não irão ter que se locomover muitos quilômetros para ter acesso à maternidade, assim como também será facilitado o atendimento de casos graves que necessitam de uma UTI, por exemplo.
“Vamos diminuir a demanda de pacientes no Hospital de clínicas de São Sebastião, além dos chamados serem atendidos mais rápidos, diminuindo os casos mortais”, acrescentou Ernane.
Moradores fazem protesto contra a Volpp
Alguns moradores de bairros vizinhos compareceram ao local protestando contra a empresa que é responsável pela construção do hospital, alegando que a mesma construtora é detentora de outras obras que estão inacabadas. Entre os exemplos eles citaram a da ponte do Sertão do Cacau 2800, em Cambury, da ponte do beco 70, em Maresias e a ponte do Cambucaia.
A moradora de Cambury, Ingrid Reis, tentou cobrar explicações do prefeito Ernane Primazzi após o encerramento do ato oficial, mas não foi atendida por ele. Ingrid e os demais moradores afirmaram que não são contra a obra do hospital e reconhecem que é uma necessidade local. Porém, questionam o motivo da construtora Volpp assumir algo de tamanha importância, uma vez que, segundo eles, não conseguiram entregar nem obras de porte inferior.
“A empresa que o prefeito contratou não tem sede empresarial, já tentei entrar em contato e ninguém atende, nunca se encontra ninguém em seu escritório, em Caraguatatuba. Com certeza deve haver uma série de irregularidades nessa construtora, que não tem capacidade de construir uma ponte quanto mais um hospital”, disse Ingrid.
Questionado sobre o assunto o prefeito afirmou que a responsabilidade das pontes é do Governo do Estado, que fez um convênio com a Prefeitura de São Sebastião. “as verbas estão precisando ser repassadas para o município, cerca de R$ 2 milhões. Só foram repassados até agora R$ 400 mil. As verbas chegando, os problemas serão resolvidos”, afirmou. Conforme o prefeito, a expectativa é de que até o fim do mês a verba seja repassada. “Sobre a contratação da Volpp, podemos dizer que é uma empresa aqui da região que está trabalhando próximo da gente, com isso conseguimos reduzir os gastos”, completou.