A polícia civil de Caraguá continua sem pistas do homem que executou o empresário Joasir José Peron, de 41 anos, na última terça(30).
As investigações estão sendo coordenadas pelo delegado titular da cidade, Tadeu de Castro. A polícia checou as imagens obtidas por câmeras de monitoramento de comércios vizinhos à churrascaria, local onde Peron foi assassinado e colheu depoimentos de funcionários e parentes do empresário.
Segundo informações, uma força tarefa foi criada para tentar esclarecer o caso. A polícia estaria fazendo investigações em Caraguá e São José dos Campos, mas até o momento, nenhum pessoa teria sido presa.
Um dos objetivos da polícia é localizar a motocicleta utilizada no crime, uma moto Honda, de 300 cilindradas, dourada, com algumas características especiais e a partir dela, localizar e prender o executor e depois, descobrir quem mandou matar e porque o empresário foi morto.
A polícia aguarda ainda a liberação das conversas e mensagens contidas no aparelho celular de Peron, cujo aparelho foi apreendido. Acredita-se, que através das conversas e mensagens, a polícia poderá encontrar possíveis pistas, que podem ajudar a esclarecer o caso.
Peron
O empresário, assassinado na terça(30), era casado e tinha quatro filhos. Sua esposa está no oitavo mês de gravidez. Peron era uma pessoa muito conhecida na cidade.
Peron era natural de Caparena, no Paraná. Ele não tinha passagens pela polícia. Em 2005, em Santa Rita do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul, seu nome apareceu em um inquérito sobre receptação e adulteração de um veículo, mas a ocorrência não se transformou em processo.
Em Caraguá, cidade em que mora há alguns anos, tornou-se empresário e comerciante, com sua churrascaria e pousada Peron, instalados no bairro do Poiares. Atuava também no comércio informal de imóveis e carros. Segundo consta, ele emprestava dinheiro às pessoas.
Ele tinha envolvimento na política local, era amigo de vereadores e secretários municipais. Peron também atuava no ramo de shows nas cidades da região. Esteve envolvido em um festival de verão em Caraguá e em um carnaval em São Luiz do Paraitinga.
Sua pousada e churrascaria, alojou e alimentou, na temporada 2017/2018, os policiais militares do reforço de verão, enviado pelo estado.
Na cidade, nos últimos dois dias, o assunto tem sido um só: porque mataram o Peron? O assassinato do empresário assustou os moradores da cidade. O crime e sua motivação ainda estão sendo apurados pela polícia.
Crime
A morte de Peron foi cruel e premeditada. Segundo suspeita a polícia, ele foi executado por um matador profissional, frio e calculista.
O empresário, como fazia todas as manhã, entre 7 e 7h30, sentava em uma mesa da churrascaria, que fica de frente à avenida Rio Branco, uma das principais do Poiares, para tomar seu café da manhã, acompanhando o noticiário na Tv.
Naquela manhã de terça, um motociclista passou em frente a sua churrascaria, usava uma moto Honda, 300 cilindradas, dourada, sem placas, em seguida, retornou e parou em frente ao estabelecimento.
O motociclista, sem tirar o capacete, entrou na churrascaria, passou por Peron, parou e desferiu três tiros a queima roupa.
O empresário não esboçou qualquer reação e nem poderia. Ele não percebeu a ação do criminoso, que atirou a queima roupa, com arma apontada para o lado direito de sua cabeça.
Atingido pelos disparos, Peron se inclinou sobre a parede da janela, já sem vida. O motociclista deixou o local, subiu na moto, atravessou o canteiro central da avenida e seguiu em direção ao bairro do Tinga.
O empresário sempre usava um chapéu para esconder sua calvice precoce. Não se sabe, se ele estaria de chapéu, quando os disparos foram efetuados.
Os funcionários do estabelecimento acionaram o SAMU(Serviço Móvel de Urgência), mas o empresário já estava morto.
O tiro ou os tiros, dados a queima roupa, de uma arma calibre 38, abriu um buraco no lado direito da cabeça do empresário. A perícia no IML(Instituto Médico Legal) não soube informar se Peron levou um ou mais tiros por causa do enorme ferimento causados pelos disparos em sua cabeça.
A polícia localizou três projéteis de uma arma calibre 38 no local do crime. Suspeita-se que ele foi atingido por um revólver 38 ou uma pistola 357.
O empresário foi sepultado no cemitério municipal de Caraguatatuba, no bairro do Indaiá, que fica próximo aos seus estabelecimentos. A família ficou extremamente abalada com a sua morte.
Investigações
O tamoios News conversou com policiais civis e militares em busca de novidades sobre o crime. A polícia garante que a morte dele não está ligada ao crime organizado ou tenha qualquer ligação com facções criminosas. Está descartada, também, a possibilidade de latrocínio, pois nada foi levado do empresário ou do estabelecimento.
Para o delegado seccional Múcio Alvarenga, a polícia, Peron teria sido executado por alguém que tinha alguma desavença pessoal com ele. O motivo, segundo o delegado seccional, ainda está sendo apurado. As investigações estão aos cuidados do delegado titular de Caraguá, Tadeu de Castro.
Segundo declarações iniciais do delegado Tadeu de Castro, o empresário estaria sofrendo ameaças de morte, pois pretendia comprar uma arma. Segundo Castro, Peron teria sido executado.
As polícias civil e militar evitam dar declarações sobre as investigações em andamento. O crime pode estar ligado as negociações do empresário com carros, imóveis e empréstimos de dinheiro, mas outras alternativas não estão descartadas.
A polícia espera contar com ajuda da família para tentar descobrir alguma pista, mas os dados armazenados no celular de Peron, apreendido pela polícia, devem ajudar muito nas investigações.
Através das conversas e das mensagens trocadas pelo whatsapp, a polícia acredita que poderá conseguir informações importantes, que serão muito uteis nas investigações.
A polícia tenta localizar o executor e através dele, chegar ao mandante e esclarecer o motivo da morte do empresário. E com isso, esclarecer o crime, principalmente, com relação a quem mandou matar e porque Peron foi morto.