Litoral Norte Manifestação Pesca Artesanal

Pescadores artesanais realizam nova manifestação em 7 de setembro

Tamoios News
Barcos emparelhados "fecham" a saída do caís da Ribeira em protesto dos pescadores do Litoral Norte na primeira manifestação em julho

O manifesto reúne pescadores de todo litoral norte e acontece no Saco da Ribeira em Ubatuba e no bairro São Francisco, em São Sebastião

Por Adriana Coutinho

Os pescadores artesanais da região realizam uma manifestação neste sábado (7) a partir das 6h. As reivindicações são pelo direito de exercer seu ofício com dignidade no território marinho e alteração de leis federais e estaduais que estão prejudicando os pescadores. A manifestação é para chamar a atenção dessas instituições.

Em Ubatuba acontece no Saco da Ribeira, já os pescadores de Caraguatatuba, Ilhabela e São Sebastião se reúnem no bairro São Francisco, em frente ao posto da Polícia Ambiental. O ato será pacífico, nos dois pontos da Rio-Santos (SP55), em sistema pare e siga.

Ana Flávia Sallai, uma das representantes dos pescadores de Ubatuba, fala sobre o movimento. “O que nos prejudica são as leis federais. Elas são muito antigas, de 30 anos atrás. Precisamos da revogação de leis e normativas estaduais e federais (IN12, IN166, IN10, SUDEP 56/84).  Além disso lutamos por uma abordagem educativa e pacificadora por parte da Polícia Ambiental que não se baseie só na lei mais restritiva 9.605 que é a lei de crimes ambientais, e sim a Lei Estadual da Pesca, ao qual na parte de fiscalização fala de advertir e notificar,  afinal a polícia ambiental trabalha para o Estado. Pedimos para o governo Estadual e Federal que atendam às nossas reivindicações, afinal não somos bandidos e sim pais e mães de famílias que precisam garantir o sustento de nossas famílias. A pesca é patrimônio cultural e fonte de renda do município”, enfatiza.

O representante da Colônia Z-8 de Caraguatatuba, Caetano Machado de Almeida, está à frente do movimento na cidade. “As leis são feitas sem ouvir a classe, não condizem com a realidade e são muito antigas. Há financiamentos para alavancar a pesca, mas por outro lado, os impostos são inviáveis para os pescadores artesanais. Estaremos juntos pelo fortalecimento dos pescadores nessa manifestação”.

Segundo Janete Maria Serpa, representante da Colônia dos Pescadores de São Sebastião, está tudo organizado.  “Estaremos reunidos no bairro São Francisco, reduto de pescadores artesanais num manifesto pacífico para não prejudicar nenhuma comunidade, à partir das 6h. Estamos protegendo nosso território, pois as leis não condizem com a realidade e há uma omissão do Estado, que está tirando o direito ancestral da comunidade pesqueira. Sou filha de pescador e a gente não está mais aguentando. Esse manifesto é o nosso grito”, aponta.

Estão sendo esperadas cerca de mil pessoas nas manifestações, entre pescadores e suas famílias. Essa é a segunda manifestação realizada pela classe. Veja aqui: