Um grupo de pesquisadores e mergulhadores encontraram um cardume raro compostos por tubarões no arquipélago de Alcatrazes, em São Sebastião. A quantidade, formada por mais de 100 indivíduos, surpreendeu a equipe.
Entre as espécies, estavam espécies provavelmente do gênero Carcharhinus e tubarões-martelo. Thais Farias Rodrigues, chefe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Alcatrazes, explica que tubarões sempre habitaram o Arquipélago de Alcatrazes, já que o mar é seu local de vida. “No entanto, nos últimos anos, e a partir da criação do Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes (Unidade de Conservação de Proteção Integral Federal), houve um grande esforço institucional nas estratégias de fiscalização para coibição da pesca ilegal naquele local”.
Ainda conforme ela, a partir daí notou-se que na medida em que estas estratégias foram sendo adotadas e fortalecidas, houve redução na pesca ilegal, e como consequência, aumento da biomassa de peixes no arquipélago, que oportunizou também o aumento na presença de cardumes maiores de tubarões. Dentre as espécies mais registradas no local estão o tubarão-martelo, tubarão-seda, tubarão-mangona e o cação-frango.
Na avaliação da chefe do ICMBio, a presença desses animais é um importante indicador de conservação e equilíbrio marinho, sendo positiva e desejável, inclusive do ponto de vista do turismo. “Ao contrário do pensamento de muitos, estas espécies não possuem comportamento agressivo, podendo ocorrer mergulho e outras atividades de forma tranquila”.
Como visitar
Conforme o site do governo federal, o Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes (Refúgio de Alcatrazes), criado em 2016, é uma unidade conservação federal administrada pelo ICMBio.
O Refúgio de Alcatrazes abriga mais de 1.300 espécies, 100 delas sofrem ameaça de serem extintas. Possui também o maior ninhal de Fragatas (Fregata magnificens) do Atlântico Sul e é área de alimentação, reprodução e descanso para mais de 10 mil aves marinhas.
Nas águas de Alcatrazes está a maior quantidade de peixes do Sudeste do Brasil, das mais variadas formas e cores, que lá encontram o ambiente ideal para reprodução e crescimento.
A visitação pública ao Refúgio de Alcatrazes pode ser realizada somente com empresas e condutores autorizados pelo ICMBio.
Visita Embarcada
Ida ao Refúgio de Alcatrazes com objetivo de apreciação da beleza cênica e da biodiversidade, e experiência de contato com o ambiente natural, podendo haver paradas para mergulho de flutuação (snorkeling), observação da fauna e registro de imagens. O Refúgio de Alcatrazes é área de ocorrência de baleias, golfinhos e aves marinhas.
Outros animais também podem ser observados durante a visita, a exemplo da tartatuga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e peixes que nadam na superfície como o peixe-lua (Mola mola) e o tubarão-martelo (Sphyrna lewini).
Mergulho Autônomo
Mergulhos para contemplação do ambiente marinho submerso, podendo ser livre ou com equipamentos SCUBA, geralmente com boa visibilidade (de 5 a 30 metros dependendo da época do ano) e grande biodiversidade marinha e de ambientes.
Existem 10 pontos para mergulho autônomo do Refúgio de Alcatrazes, que variam em termos de profundidade, grau de dificuldade e características dos ambientes. Cada ponto de mergulho é único.
Todas as atividades são realizadas por empresas de turismo cadastradas pelo ICMBio Alcatrazes e as embarcações particulares, acompanhadas por condutores capacitados e autorizados, que serão responsáveis por oferecer segurança, orientações e informações aos visitantes.
O Refúgio de Alcatrazes pode ser visitado em qualquer época do ano. Entre os meses de novembro e maio há melhores condições climáticas e oceanográficas para navegação e mergulho autônomo.
Orientações
Todos devem estar cientes de que existem riscos inerentes à permanência em áreas naturais, especialmente em ambientes marinhos, sendo de responsabilidade do visitante respeitar todas as normas do ICMBio e Marinha do Brasil e seguir as orientações fornecidas pelas empresas cadastradas.
Fonte: ICMBio