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Petição Pública contra verticalização já obtém mais de 5.500 assinaturas

Tamoios News

Uma Petição Pública feita através da internet contra uma possível verticalização, em São Sebastião, já recebeu mais de 5.500 assinaturas, entre sexta(27) e ontem, domingo(1º).

Petição Pública é um documento oficial assinado por vários indivíduos dirigido a uma autoridade  governamental, organizações ou empresas, para sensibilizar políticos, organizar um protesto ou boicote, criar uma onda de indignação, alterar ou criar leis.

No caso de São Sebastião, a Petição Pública, através da Internet, busca apoio contra possíveis alterações no Plano Diretor, que poderá permitir a verticalização no Município.

Os técnicos responsáveis pela elaboração do Plano Diretor sebastianense, alegam que o projeto original teria sido alterado, abrindo brechas pata a verticalização.

A Prefeitura fez alterações no Plano Diretor, mas elas só foram conhecidas quando o presidente da Câmara,  o vereador  Edvaldo Pereira Campos, o Teimoso, decidiu promover as audiências públicas e publicar o documento no site da Câmara.

Os técnicos que elaboraram o plano original notaram as alterações após a publicação do documento no site da Câmara. As alterações no plano diretor não foram feitas pela Câmara, mas sim, pela prefeitura. Segundo os técnicos, as alterações abrem brechas para a verticalização. A partir daí, surgiu a Petição Pública que já reúne assinaturas de moradores do norte, centro e sul de São Sebastião contrários a uma possível verticalização no município.

Veja a Petição:

NÃO a VERTICALIZAÇÃO!

Para: Para a Prefeitura e Moradores de São Sebastião/SP

Prezado Sr Prefeito Municipal de São Sebastião, vereadores, representantes das Secretarias de Governo e funcionários da Prefeitura Municipal de São Sebastião, membros de Conselhos e de Colegiados do litoral norte de São Paulo.
Considerando a relevância do Plano Diretor como um importante instrumento norteador de diretrizes e premissas atuais e futuras de planejamento e do desenvolvimento sustentável da nossa cidade, as instituições abaixo assinadas vêm por meio deste documento manifestar-se contrariamente ao Art° 83 da mais recente proposta que trata sobre os limites de pavimentos (verticalização) para as construções – Projeto de Lei Complementar 14/2019.
Tendo em vista que:
São Sebastião detém boa parte dos últimos e maiores remanescentes contínuos de Mata Atlântica, Bioma reduzido a menos de 9% da área original e que ocupa o 5º lugar das 34 áreas consideradas mais prioritárias de conservação do Planeta (Hotspots, Conservation International) , assim como riquezas únicas de patrimônio histórico e cultural, que, integradamente, impõem a vocação socioeconômica para o turismo, o modo de ocupação e a necessidade de estratégias de desenvolvimento socioeconômico com conservação, qualidade de vida e segurança pública;
O município configura-se por relevantes bacias hidrográficas ao longo da sua estreita costa litorânea responsáveis pela segurança hídrica de pessoas e de atividades econômicas, as quais já se encontram bastante modificadas (da nascente à foz), pelo uso e ocupação do solo indevidos; Atualmente já são vividos os enormes impactos do crescimento desordenado por nossa população fixa e flutuante com fragilidades expressivas no acesso à água, no saneamento básico, na gestão eficiente dos resíduos, no fluxo de pessoas e na segurança em períodos de acidentes, deslizamentos e enchentes pela única via viária de escoamento geral.

Torna-se inaceitável um planejamento urbano e territorial que permita a verticalização das construções, aumentando consideravelmente o adensamento e a densidade populacional dos nossos bairros, agravando criticamente ainda mais os picos de congestionamento pelo excesso de veículos, a poluição de rios, espaços urbanos e praias, a falta de água na alta temporada, os recorrentes e cada vez mais perigosos episódios de enchentes, alagamentos e deslizamentos de terras que colocam em risco a vida dos habitantes e turistas. Especialmente, os impactos paisagísticos, ambientais e sociais mudarão significativamente a perspectiva econômica de o município continuar, de forma sustentável, gerar negócios e garantir renda para as comunidades baseados no turismo.
Tal proposta, se aprovada, trará prejuízos irreversíveis para o município de São Sebastião, uma vez que reafirmamos que as vocações e características socioambientais de São Sebastião não condizem com o perfil de cidade verticalizada, até mesmo por limitações de área e de infraestrutura.

Portanto, considerando as opiniões e interesses de grande parte da população, já demonstrada em diversos atos e inclusive em audiências públicas anteriores, as instituições abaixo-assinadas exigem que este artigo seja revisto, limitando as construções para até 9 m de altura (exceto caixa d’água ate 12 metros) em qualquer zona estabelecida pelo Plano Diretor, sem exceções. Neste sentido, NÃO CONCORDAMOS com nenhuma hipótese onde o Coeficiente Máximo de Aproveitamento do Terreno (CA máximo) seja maior que 1,0.