Policiais Militares da 3ª Companhia de Polícia Militar Ambiental Terrestre do 3° Batalhão de Policiamento Ambiental do Estado de São Paulo, deslocaram-se até o Bairro Corcovado pertencente ao município de Ubatuba, por solicitação da Gestora do Parque Estadual da Serra do Mar, para averiguar uma possível situação de cárcere privado envolvendo pesquisadores e monitor ambiental ocorrido em “terras indígenas”, praticada por grupos de índios da aldeia “TI Renascer Ywyty Guaçu”.
No local, as equipes de policiamento ambiental realizaram vistoria utilizando o POP conduta de patrulha pela área e entorno da tribo, e realizaram contato com o representante da aldeia, que se apresentou sendo ser filho do cacique da tribo, informando que a comunidade indígena havia encaminhado um ofício para o Ministério Público, direcionado à procuradora federal, solicitando providências no sentido que fosse impedido construções na área do pico do corcovado, bem como fosse realizado o controle de acesso de pessoas para exploração de turismo, que segundo eles já estariam gerando grande impacto ao meio ambiente e afetando a cultura local.
Os policiais visualizaram vários índios do sexo masculino, utilizando instrumentos de caça, tais como arcos e flechas, aparentando estarem aptos ao confronto, porém, as equipes conseguiram acalmar o ânimo solicitando que relatassem o que estaria ocorrendo em suas terras, sendo informados:
1-Que a comunidade indígena está descontente com as políticas de gestão do parque;
2-Que há um número elevado de pessoas (turistas) acessando a trilha do pico do corcovado;
3-Que estão causando degradação ambiental e prejudicando a produção de materiais primas que são extraídas para fabricação dos artesanatos da cultura indígena;
4- Que há aumento de lixos deixados pelos turistas e guias no caminho da trilha;
5- Que discordam das autoridades locais sobre a construção de melhorias no acesso ao pico com construção na área que segundo eles é terra indígena;
6- Que não foram consultados sobre a obra na área do pico do corcovado e não concordaram.
Perguntado sobre a possível ocorrência envolvendo os pesquisadores e guia em suposto cárcere privado, em primeiro momento negaram e relataram que estariam descendo a trilha apenas os indígenas.
Após longa negociação, os indígenas liberaram do interior da tribo acompanhados de outro filho do Cacique uma mulher de 31 anos e dois homens de 26 anos e de 40 anos.
Os pesquisadores (uma mulher e um homem) e o monitor aparentavam estarem cansados, assustados, porém preferiram não relatar o ocorrido naquele momento, demonstraram estarem aliviados ao avistar as equipes, caminharam até o grupo de policiais.
Durante a condução para retirada do local, relataram o ocorrido como sendo assustador e que temiam pelas suas vidas, pois visualizaram próximo dois índios com armas de fogo de calibre longo, porém não souberam identificá-los, mas havia registro através de gravações feitas por telefone celular.
Diante dos relatos transmitidos pelas vítimas, foram realizadas buscas nas imediações para localizar os possíveis indígenas armados, entretanto não obtivemos êxito na localização e não foi visualizado pela equipe os armamentos de fogo, apenas instrumentos de caça pertencentes a cultura indígena.
Denúncias podem ser feitas pelo telefone (12) 3886-2200
Fonte: Polícia Militar Ambiental