Depois de três dias de protestos, várias reuniões e apresentação de um novo laudo do prédio, o espaço deve voltar atender pacientes do bairro na próxima segunda-feira (31)
Por Ricardo Hiar, de São Sebastião
Depois de uma semana bastante agitada, que incluiu protestos, reuniões e a suspensão das atividades no único posto de saúde do bairro Jaraguá, a Prefeitura de São Sebastião anunciou que ele passará pelas reformas necessárias, mas já estará aberto ao público a partir da próxima segunda-feira (31), a partir das 7h. Os moradores que estão a frente dos protestos em prol da unidade, afirmam que novas manifestações ocorrerão caso esse prazo não seja cumprido.
Na última segunda-feira (24), a comunidade local iniciou uma mobilização, ainda com a unidade em funcionamento, para evitar que o prédio fosse demolido pela empresa Serveng, que realiza as obras do contorno da Rodovia dos Tamoios nas imediações. Apesar do espaço ter os dias contatos, já que será de fato demolido para dar espaço à nova rodovia, a luta dos moradores é para mantê-lo em pleno funcionamento até a construção e entrega de outro espaço de atendimento à saúde.
A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA), contratante da obra, informou na ocasião que não iria permitir a demolição do espaço enquanto o novo posto de saúde não ficar pronto. A estatal apontou que o edital para licitar a obra está em andamento e que os trabalhos deverão começar em pouco tempo. A previsão é de que o empreendimento, que abrigará o posto de saúde e também o Centro de Controle de Zoonoses, fique pronto em seis meses a partir do início da construção.
Apesar disso, na terça-feira (25), os moradores encontraram o posto de portas fechadas. Isso porque a unidade também foi embargada pelo Ministério Público do Trabalho e Emprego, que entendeu que a estrutura foi abalada pelas obras no entorno. Rachaduras, infiltrações e outros problemas foram apontados no relatório que exigiu o fechamento e a transferência dos funcionários para outros pontos de trabalho.
Apesar disso, a informação mais recente é que após os protestos, numa reunião entre moradores e representantes da Dersa e também da prefeitura, engenheiros realizaram uma nova avaliação e emitiram mais um laudo. Com base nesse documento, a Prefeitura de São Sebastião solicitou a desinterdição do posto.
Conforme a administração anunciou por meio de nota, o Ministério Público acatou o pedido e permitiu a retomada das atividades. O secretário de obras, José Evanildo da Silva, explicou em sua solicitação para o cancelamento do embargo que a reforma e adequações necessárias no prédio serão realizadas alternadamente com o atendimento público, visando a comodidade dos usuários.
O laudo técnico elaborado pelo diretor do departamento de obras da prefeitura, Ricardo Rubson, afirmou que não há risco de falência das estruturas que compõem a edificação, não havendo riscos à integridade física de seus usuários em relação de desmoronamentos da edificação.
O auditor fiscal do Trabalho, Claudio Augusto Tarifa, da Agência Regional do Trabalho de São Sebastião, analisou o laudo e acatou a posição da prefeitura para liberar o embargo. Ele afirmou que seguirá a orientação técnica que aponta não haver riscos de desabamentos. No entanto, explicou que em sua opinião não há um ambiente salutar para manter a unidade de saúde no local devido ao avanço das obras do Contorno Sul.
Com a elaboração do novo laudo e o compromisso da reabertura da unidade na próxima segunda-feira, moradores encerraram as manifestações e liberaram a passagem nos acessos ao bairro no último dia 26. Apesar disso, eles garantem que acompanharam as próximas ações e, caso o atendimento não seja retomado de forma integral no dia 31, voltarão para as ruas e fecharão os acessos até uma decisão definitiva para o problema.
